segunda-feira, 13 de julho de 2009

POR ONDE QUER QUE EU VÁ.

A SOLIDÃO BEM ACOMPANHADA.

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(ANTES DE INICIAR PROPRIAMENTE O TEXTO,… O blog  ficou alguns dias sem ser atualizado, eu sei , eu sei, vocês adoram lê-ló e foi duro ficar sem. Ocorre que o motivo da ausência de posts diários, foi  uma pequena aventura no pantanal, passei alguns dias em um lugar muito bonito, observei muito a natureza e pude observar absorvendo, fiquei como uma esponja, encharcado de vida, cor, luz, esperança,…Hoje eu inicio uma nova fase da minha fase da minha vida, começo a advogar em um escritório.

Espero poder continuar dedicando muito carinho ao blog, coisa que sempre fiz, entretanto, é possível e compreensível que alguns dias eu venha a não postar coisas novas, mesmo assim, fiquem tranquilo, pois, eu continuarei a cuidar desse meu filho que eu amo, o pisei no blog. )

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Quando ainda em 2007/2008 eu morei um bom tempo, quase um ano, completamente sozinho em meu apartamento, quando alguém conversava comigo e perguntava como estava, eu sempre respondia que tudo estava bem, realmente estava,  o tudo estava, mas não o sempre.

Tudo ia bem, faculdade, cursos, namoro, família,.. e todos os aspectos que formam a vida, entretanto, haviam sim todos os dias, momentos em que um profundo sentimento ,de saudade e bucolismo tomavam conta de mim.

Eu via as pessoas a quem amo, revivia momentos gostosos, sonhava com os anos que vivi em Cáceres-MT, tudo voltava a acontecer, minhas memórias em forma de DVD.

Eu sei que não sou o único que sofri desse mal, que a saudade é democrática por essência.

A despeito da saudade que me habitava, todos os dias permanecia em mim, como uma verdade indiscutível, a confiança de não estar sozinho, como algo que germinou em mim, desafiando meu ceticismo, dialogando com meu interior de maneira muito viva e ponderada.

Com o tempo eu aprendi a ser mais espontâneo, mais acessível a amizade de quem vivia dentro de mim. Muito frequentemente me via em conversas longas, risadas, idéias, arrependimentos e percebia cada vez mais nitidamente  que  nunca estive só.

Foi partindo da percepção, do que não pode percebido sensitivamente, que a minha vida mudou de um modo muito fascinante, de maneira que comecei a ver tudo de modo novo, desisti de coisas que cria serem importantes, adquiri valores que nunca havia sentido necessidade,…

Quando o telefone tocava e alguém me perguntava como eu estava, respondia muito serenamente  que estava muito bem, que não estava sozinho, que Deus habitava comigo naquele apartamento. Nada de religiosidade ou de fingimento, apenas eu estava reportando  a verdade, nada além da verdade.

A saudade não sumiu, mas deixou de ser doída e passou a ser esperançosa.

Eu ia e vinha de todo lugar e para todo canto, sempre muito bem acompanhado, com a tranqüilidade  que só prova quem não está sozinho.

Podia estar escuro ou claro, em movimento ou inerte, triste ou alegre, podia estar com quem fosse e onde fosse,…

Nada podia me separar daquela presença maravilhosa.

Eu fui ao pantanal, subi aos Andes, submergi em mares, rios e lagos, andei em densas selvas, caminhei em praias, subi montanhas,..Por mais desértico que fosse o ambiente eu nunca estava sozinho.

Eu me recordo de parte da letra de ELEANOR RIGBY-ouça aqui-.

ALL THE LONELY PEOPLE, WHERE DO THEY ALL COME FROM ?

todas as pessoas solitárias, de onde elas vêm ?

Como se a solidão fosse um endereço, ou, se existisse alguma marca cultural que unisse os solitários como um só povo.

A pergunta correta não é de onde vieram as pessoas solitárias, mas, para onde vão e por que sozinhas estão ?

A solidão é de todos, para todos e em todos. Há quem sinta falta de quem nunca se conheceu, saudades de um estranho que parecia ser tão íntimo. Saudade de quem já se foi, vontade doida de abraçar o fantasma de mim mesmo.

Solidão não se cura com iniciativas puramente físicas, não há cura para o solitário na mera fisicalidade, posso estar cercado de gente e miseravelmente sozinho, como dizia CAMÕES:  “é solitário andar por entre a gente”.

Solidão se cura no aconchego da segurança, nos braços da tranqüilidade, no colo da confiança,..É se saber acompanhado, sempre percebendo a voz interior chamando, sempre atento para as lições do cotidiano e nunca tapando os ouvidos para si mesmo.

Solidão não suporta carinho, corre de amizade verdadeira, tem pavor ao amor gratuito e há quem tenha feito a solidão se sentir sozinha, de tão apavorante ser sua consciência de ligação.

Chega de viver como ilha, desista dos poderes da individualidade e abrace a fraqueza do amor.

Não seja forte demais, resoluto demais, firme demais, duro demais ou qualquer outra coisa demais, apenas seja a verdade do que realmente é, quem empresta forças do orgulho acaba sofrendo com os juros do isolamento.

A vida foi feita para ser vivida em plenitude, da sua vida, da minha vida, da vida dos outros e da vida invisível,..

Se entregue sem receios a companhia de DEUS, aprenda a ver e ouvir o intangível e irremediavelmente a amizade brotará.

Nada poderá te separar do amor dEle,,..

Para onde quer que eu vá, ….Que eu sempre vá com Ele.

4 comentários:

João Paulo Mota disse...

tudo qe vce falou ée verdade manin,
saudade ée algo qe doi láa dentro, ée algo muito dificil de se explicar, algo qe so vivendo se pode aprender..

esses dias serão dificieis para nós, a saudade vai ser mta..
mais Ele vai nos juntar de novo, eu acredito nisso.

LEONARDO BRITO disse...

é eu que o diga o quanto saudade pode ser dolorida... mas nessas horas é que podemos ouvir com mais clareza a voz de Deus!

Paula Fernanda Martins disse...

Aplausos a você, querido colega. Dentre os textos que li no blog até hoje, o que mais tocou. E também, meus parabéns por iniciar este caminho ao qual não se dá muita credibilidade mas, pelo visto irá tentar. Deus o abençoe!

Unknown disse...

Excelente esse texto de solidão Diego!O mais interessante de todos..Toca profundamente quando diz que "Para onde quer que eu vá....que eu sempre vá com Ele"!!perfeito!
o Blog ta bombandooo!kkkkkkkkkk