quinta-feira, 5 de abril de 2012

AFASTA DE MIM ESSE CÁLICE…

O CAMINHO DE VIVER O BEM E DE E BEM VIVER O MAL.

[1] - Marcos 14:36

E foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos:
Assentai-vos aqui, enquanto eu oro.
E tomou consigo a Pedro, e a Tiago, e a Joäo, e começou a ter pavor, e
a angustiar-se.
E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte;
ficai aqui, e vigiai.
E, tendo ido um pouco mais adiante, prostrou-se em terra; e orou para
que, se fosse possível, passasse dele aquela hora.
E disse: Aba, Pai, todas as coisas te säo possíveis; afasta de mim
este cálice; näo seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres.

O post de hoje é quase um desabafo, é um modo de dezenas, centenas; talvez milhares de pessoas se

externarem, e chorarem por meio de minhas palavras, que aliás, nem são minhas, são de DEUS, são do povo, são de todos.

Falo do dia ruim, da chegada do tempo da angústia, do momento da dor e da tristeza, de quando tudo parece estar perdido. Da oração não atendida, do jejum não aceito, da oferta vazia…

De quando os olhos se abrem e nós não queríamos se quer termos acordado. De quando o mundo e a existência se tornam pesados demais, difíceis demais, assustadores demais e nada mais faz sentido, nem tem gosto, ou cor, ou cheiro, ou coisa alguma que dê prazer.

É no Getsêmani da vida que a gente ora e pede pra DEUS, se possível, mudar o curso das coisas e nos livrar do tão grande mal que se aproxima sorrateiro, certo e previsível.

Quando a cruz da ansiedade é mais pesada do que a de verdade, e nós já podemos sentir os pregos e a coroa e o escárnio e a vergonha, de fato, antevemos, antevivemos, antesentimos e antesofremos na alma aquilo que há de vir ao corpo.

A mãe que chora a morte prematura do filho amado, sabendo que o corpinho não mais voltará à vida, mesmo assim, pedindo, em lágrimas e silêncio, PAI, AFASTA DE MIM ESSE CÁLICE, PAI.

O casal que sofre junto, chora junto, se dói junto, mas que não mais querem ficar juntos, e que separadamente unidos rogam: PAI, AFASTA DE MIM ESSE CÁLICE, PAI.

O homem triste, cabisbaixo e que acabou de perder tudo quanto havia conquistado ao longo de uma vida, dentro sí, num monólogo com DEUS, baixinho, deixa escapar: PAI, AFASTA DE MIM ESSE CÁLICE, PAI.

e os exemplos poderiam ser multiplicados indefinidamente , visto que a vida sempre nos surpreende com sua capacidade de se reinventar.

E DEUS onde fica nisso tudo ?

Fica no lugar de sempre, dentro de mim e de você, sofrendo junto, derramando lágrimas sincronizadas conosco e tomando parte na cruz nossa de cada dia.

E curiosamente, sendo CRISTO o próprio DEUS, então o único ser a quem DEUS  já tenha abandonado foi a sí mesmo, posto que o DEUS pai, se abandona no DEUS filho.

E isso para que nós nunca fôssemos esquecidos ou dexados ao leo.

A Cruz durou 3 dias, mas a salvação foi, é e sempre será: ETERNA.

O  mal sempre será subjugado pelo poder do bem. Astrevas , verdadeiramente, não podem contra a luz, e desse modo, seja a vida, seja a morte, seja o que for, tudo coopera para o bem daqueles que amam a DEUS.

Não sei o que cada um de vocês tem passado, nem mesmo posso dizer se o PAI  há de passar ou não o cálice que há de vir na sua vida, o que sei é que DEUS vive, reina e cuida de tudo e todos o tempo todo, a despeito de nossa percepção, os olhos de DEUS sempre estão a nos fitar.

E já não há mal para os que nasceram da bondade, tudo é graça, e é glória de DEUS manifesta em nossas existência.

Esse é um evangelho duro de se crer, é pouco palatável, pode até ser doce na boca daqueles que o professam da boca para fora, levianamente, porém, para aqueles que sabem do que falo hão de concordar que tal palavra é amarga no ventre.

Amargamente salvos pelo discernimento de um evangelho que é denso, cheio de implicações e que toma conta de todos os aspectos de nossa vida.

Então, não perca a esperança. Chore aquilo que há para ser chorado, contudo, não se deixe iludir pelos olhos turvos de lágrimas.

lamba suas feridas, sofre o que de direito pode ser sofrido, entretanto, não se lamba tanto a ponto de criar novas feridas, nem amplie sua dor, muito menos exagere da prerrogativa do sofrimento.

Respire fundo, junte forças de onde não há mais força. De peito aberto diga: Aba, Pai, todas as coisas te säo possíveis; afasta de mim este cálice; näo seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres.

Prossiga no caminho de viver o bem e de bem viver o mal.