quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

CERTEZA




VIVENDO NA CERTEZA DE QUEM SOMOS

Hoje, dia 30 de dezembro de 2010, retornei de minha viagem ao Peru, aliás, país muito bonito e cheio de maravilhas a serem descobertas e riquezas a serem conquistadas.
Fiquei vários dias sem postar, mas, não foi como se eu estivesse esquecido do blog, muito pelo contrário, conforme viajava, ria, conversava, contemplava, Deus e eu escrevemos vários textos; quem sabe, serão postados neste blog ao longo de 2011.

Muitas coisas aconteceram na viagem, a esmagadora maioria foi ótima, contudo, alguns eventos negativos ocorreram e vou, resumidamente, narrá-los.

O primeiro evento negativo foi a chegada em Lima, que apesar de linda, me causou estranheza pelo trânsito caótico, barulhento e pelo fato de nosso hotel, não ser o que imaginávamos,( um hotel, perto do litoral cheio de fotos lindas na internet)e sim, termos nos hospedado num outro, situado em um bairro mais residencial e exclusivo.

O segundo evento foi nosso embarque para Cusco, ocasião em que as empresas aéreas se confundiram e nos deram informação errada, que nos causou uma correria desnecessária, nos dizendo que estávamos atrasados, fazendo-nos cruzar o saguão do aeroporto de Lima como corredores de uma maratona. Felizmente ao chegarmos para o embarque, descobrimos que estávamos adiantados e que o embarque se iniciaria em vinte minutos e duraria quase uma hora a mais.

Em Cusco, durante o passeio do vale sagrado, um peruano residente nos EUA fez um escândalo no ônibus, gritando feito um louco, comigo e com meu irmão, surpreendetemente, a cena foi feita pelo fato de nos, supostamente, termos lhe roubado o assento que pertencia a ele e a sua mulher.

Em Aguas Calientes e Machu Picchu ficamos sem água e eletricidade, além de que nossa guia nos abandonou no tour e quase perdemos o trem de regresso, por causa da mesma guia que quase não nos entrega os ticketes de embarque a tempo.

O ultimo episódio negativo foi o regresso ao Brasil, pois, ao chegarmos, fui contemplado com a notícia de que minha bagagem, fora minha bagagem de mão, não fora despachada de Lima. O mais triste é que fiquei sem roupa, sem os artesanatos que comprei, sem meu celular e minha carteira...ademais, minha bagagem não foi extraviada, a compahia aérea, simplesmente decidiu que algumas bagagens seriam enviadas em outro voo e esse voo chegaria ao Brasil no dia 1 de janeiro de 2011.

Apesar disso tudo, estou em paz!
Conversei de modo amistoso com a empresa, sai rindo do aeroporto, chegando em casa dormi como um bebê, acordei, caminhei, almocei as 3 da tarde, caminhei por um bosque de eucaliptos, sentei-me debaixo de uma árvore e orei.

durante a oração Deus me falou sobre como as coisas passam, sobre como a ansiedade é perigosa, principalmente quando se torna fenômeno constante no coração e na vida da gente.

E a despeito da centena de assuntos que eu e Deus conversamos, um se mostrou mais do que relevante: a natureza efêmera das coisas e dos fatos.

Tudo passa; inclusive a alegria e a tristeza. Quem aprende a viver com essa verdade não se apega a posições, posses, direitos, ideologias e vive mais liberto, mais alegre, mais tranqüilo e de modo muito mais proveitoso vive a vida.

Eu narrei alguns eventos negativos, porém, para cada evento negativo que narrei poderia narrar pelo menos 100 eventos positivos e mesmo a despeito da abismal superioridade de coisas boas que me ocorreram na viagem, mesmo que elas não tivessem ocorrido, meu coração se recuperaria, minha alegria brotaria denovo e minha alma retornaria a homeostasia de sua habitual paz.

Eu não uso roupas alaranjadas, nem tenho a cabeça raspada, quem me conhece sabe o quanto sou ativo, divertido e cheio de energia, entretanto, o evangelho; e só o evangelho, me capacitaram a viver assim, como o vento, como os pardais, como os lírios...

Pelo fato de que hoje habita em mim uma certeza que prospera, cresce, evolui e conquista terrenos em minha vida, tal certeza é como musgo que avança silencioso sobre pedras pontudas e escala as mais altas árvores e montanhas, tal certeza é combustível para a chama da paz e do amor em meu coração.

Mas que certeza é essa ?

A certeza de que:
Nada me separa de Cristo,logo, não preciso conquistar seu amor, nem com ele barganhar, sendo assim, paz inefável pode achar ninho em mim, e liberdades indizíveis se fazem possíveis.

De que tudo passará, logo, não há alegria nem tristezas perpétuas, portanto, posso e devo viver a verdade do momento, seja ela qual for, tendo meu coração ancorado na graça de Cristo e sabendo que nele tudo já foi , tudo é; não é necessário que eu me torne nada, visto de que nele eu tudo sou, tudo venci, tudo possuo e tudo posso.

De que se eu morrer acordo beijando Deus, e em assim sendo, a morte não me é problema, a vida nunca é curta nem longa demais, muito além disso meu coração repousa sobre o signo de que hoje vivo limitado pelas fisicalidades e demais contingências da atual fase de minha existência, mas, tenho a certeza de aquilo que hoje é parcial, limitado, percentual e por nascer, um dia se fará total, ilimitado, pleno e parido, então minha existência será outra, logo, vivo como quem acampa em barracas, mas sabe que possue, depois do breve dias de acampamento, um lar, uma mansão, ilimitados.

Sei que se tudo der errado, minha vida, meu trabalho, meus plano, nada disso é confirmação ou sequer indício de meu insucesso, tendo em vista de que Nele eu sou um total sucesso, tudo me é favorável e tudo coopera comigo, mesmo que eu assim não perceba, leia ou entenda..

Nele tenho certezas que não são pedantes, impositivas ou politicamente corretas, contudo, tais certezas, que não são minhas, mas em mim foram germinadas, me conduzem pelo caminho, cada vez mais leve, mais amigo, mais próximo, mais filho, mais amoroso, mais com a cara que Deus me deu...

E o post de hoje, extensamente cheio do evangelho, é um chamado para que olhemos os anos passados, atual e vindouros com os olhos do evangelho, sabendo que nossos erros e acertos foram apenas momentos, que em nada impedem nosso avanço ou determinam nosso retrocesso. Que podemos, em Deus, morrer e nascer todos os dias, anulando as moléstias e deficiências de "vidas passadas', sem deixar passar a vida.

Que assim seja com os nossos corações: um campo fértil onde germinem de Deus, para Deus e em Deus CERTEZAS.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

UMA PALAVRA SOBRE OS ÚLTIMOS DIAS




O APOCALIPSE, A IGREJA E AS EXPECTATIVAS DE FIM DE ANO.

O ano de 2010 chega ao seu fim, muitas coisas aconteceram, algumas boas outras ruins, mas, de modo geral, sinto que 2010 foi especial, pois, foi para mim um começo de uma nova época na minha vida.

Para os que não sabem, estou de ferias com minha família. Hoje eu conversava com meu pai, estávamos viajando pelo interior de Goiás e falando sobre diversos assuntos, quando ele me interrogou sobre qual a minha opinião sobre o Apocalipse.

E o post de hoje é sobre a tal conversa que eu tive.

O final dos tempos não será um evento anómalo, instantâneo, inesperado e sem previa construção...
Não será do dia para a noite que a igreja será perseguida, nem mesmo os 4 cavaleiros do Apocalipse aparecerão, hollywoodianamente, irrompendo nos céus e anunciando guerra, morte, fome e o evangelho.

Todas as mazelas previstas no Apocalipse são frutos de árvores semeadas desde o início dos tempos, contudo, na nossa era, tais árvores já se encontram maduras, fortes, crescidas e prontas para frutificarem a qualquer minuto.

De modo que as narrativas enigmáticas e assustadoras trazidas por João, não são, nem de longe, eventos isolados, feitos unilateralmente por DEUS, tampouco, resultado de um dia de fúria dos céus.

O Apocalipse se faz no hoje. Se constrói de modo viçoso por meio da degradação ambiental, das conjecturas históricas e sociais envolvendo a igreja, as nações e demais entes sociais responsáveis pelo direcionamento do curso da história.

Um planeta destruído é, sem dúvida alguma, motivo suficiente para fome, guerra, morte..e uma igreja que na era atual cresce à ritmo semelhante ao de um câncer em plena metástase, sugando as pessoas, causando intrigas, perseguindo, agindo de má fé, roubando, enganando e sendo diabo em nome de deus na terra, essa igreja está cavando a própria cova.

Não será do dia para a noite que o mundo decidirá extirpar a Igreja da face da Terra, entretanto, já se percebe uma animosidade incipiente em relação aos cristãos, de certo modo, o mundo vê o cristianismo como um evento só e não separa o joio do trigo; aliás nem poderia, visto que isso é tarefa exclusiva de Cristo, mas, a igreja que de igreja só tem nome, essa será a responsável pelo ódio que será gerado, silenciosa e paulatinamente, contra toda expressão de cristianismo.

Católicos, protestantes, mórmons e qualquer outra linha, que de certo modo se identifique com o ícone de Cristo, serão alvo de perseguição. Serão dias em que será necessário coragem para afirmar publicamente a fé em Cristo.

A sociedade estará ainda mais evoluída: tecnológica e educacionalmente, desse modo, o politicamente correto será um entrave para que qualquer discriminação ou perseguição se instaurem, logo, a perseguição será bem embasada, com apoio de uma tese convincente, profunda, social, racional , com causa e efeito, capaz de dar sentido à barbárie. Assim como foi nos dias da Alemanha de Hitler.

A igreja será um problema social que terá de ser corrigido.

Eu olho para essa maluquice de hoje em dia, digo, a maluquice de pedir dinheiro, fazer fraudes, construir impérios, alienar pessoas, monopolizar os canais de televisão e começo a entender a teses que garantirão dias medievais nos dias vindouros.

Mas a igreja vai acabar ?

Evidente que não, pelo menos a Igreja de Cristo, a verdadeira, que é serena, secreta, silenciosa, feita de bilhões de pessoinhas ao longo de todo o planeta, a igreja que é sal da terra, misturada, convivente, viva, prática...essa igreja sobreviverá.

Os grandes templos serão alvos fáceis, as grandes instituições serão as primeiras a ruírem, milhões de crentes na igreja e descrentes de Jesus ficarão perdidos, trocarão de religião, fugirão, enquanto os filhos de Deus permanecerão, firmes, vitoriosos, salgando o mundo com graça, amor, perdão, misericórdia e , principalmente, sendo testemunhas vivas do evangelho.

Serão dias em que um copo de água se tornará um tesouro deveras valioso, neste mesmo cenário, os cabritos, narrados por Jesus, não dividirão, não visitarão, nem vestirão, muito menos visitarão, dando assim a prova cabal de sua condição diabólica, ( diabo vem de diávolos, causar separação), pois, em lugar de se unirem em amor com os necessitados, erguerão voz triunfalista e egoísticamente seguirão suas vidas, separados, divididos de coração, ao passo que as ovelhas, os benditos do pai, serão achados em sua bondade boba e despretensiosa, ao serem os que visitam, matam a fome e a sede, vestem, visitam medicam curam e cuidam dos necessitados, cumprindo o evangelho, mesmo que dele nunca tenham, formalmente, ouvido.

Isso tudo que eu tentei descrever, deve mexer com agente, balançar nossa alma e nos levar à uma análise fiel e singela acerca de nós mesmo, uma inquirição sobre quem nós somos e como somos. Se somos sal no saleiro e não na terra, ou seja, cristãos institucionais e não vivenciais, muito deve ser mudado, alem de que, se nossa fé ensina o amor ao próximo, como fundamento, e nós repetimos, mas não agimos conforme o amor, então nossa fé é vazia.

Digo isso pela fato de que, geralmente, nos finais de ano, tendemos a olhar de modo mais cuidadoso para as nossas vidas, desse modo, creio que ainda é tempo de cabritos se tornarem ovelhas, ovelhas se aprofundarem em sua "ovelhice" (risos) e o sal saltar do saleiro e se misturar à terra, enquanto o sal já misturado pode aumentar sua salinidade e dar mais sabor ainda ao ambiente em que esteja misturado.

O Apocalipse não é para o amanhã, não é evento vindouro, antes é construção histórica, assim sendo, cabe a nós,hoje, mudar a história de nossas vidas e de outras tantas, por meio de mudança de caminho, aprofundamento da consciência em Cristo,libertação pelo evangelho e por aí vai.

Sendo final de ano, creio se essa uma palavra sobre os últimos dias.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O QUE NOS FAZ TROPEÇAR

Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. MATEUS 5.

Quando Cristo proferiu tais palavras  é evidente que não se referia ao cair  físico, ou seja, nem mesmo estava aconselhando ninguém ao ato externo e corporal de cortar fora alguma parte do corpo. Mutilação. Por mais que pareça desnecessário trazer à baila essa informação, dada a sua natureza lógica, infelizmente, muita gente ao longo da história, levou à sério o texto bíblico, produzindo  feridas reais em seus corpos e isso não só na religião no cristianismo, mas em uma gama imensa de credos e religiões. Muitos religiosos medievais chegaram a perder membros na esperança de cumprir o ensino de MATEUS 5.

De fato, nas cinco décadas posteriores ao fato histórico da cruz, muitas correntes filosóficas de cunho místico tentaram interpretar os fragmentos de textos bíblicos, principalmente o evangelho de João, de modo a dar um sentido oculto ou diverso daquele que verdadeiramente se comunicava com o evangelho de Cristo, e este crucificado, pra não esquecer de Paulo; já que cristos haviam muitos.

Uma das correntes responsáveis pela crença dualística de corpo e alma foi a dos gnósticos que cria que o corpo necessitava ser mortificado, entre os gnósticos duas escolas, básicas, se desenvolveram, a primeira cria na mortificação pelo uso excessivo, daí o porque de no início da era cristã Paulo alertar sobre a glutonaria e a perversidade sexual, que inclusive eram praticadas como culto, ritual e não só por mera putaria (risos).

A outra pregava o extremo oposto, logo, a ideia era mortificar o corpo pelo não uso, pelo desgaste ferruginoso de castigar o corpo físico com castigos, fome, falta de sono, queimaduras…

Ainda bem que tais ensinos perderam sentido, mas vale a pena lembrar que, pelo menos no cristianismo, duraram mais de 1000 anos; isso mesmo mil anos.

Nos dias de hoje não é tão comum que tais cenas se repitam. Gente que apesar de manter um corpo físico inteiro tem uma mente amputada, castrada, imobilizada e algumas vezes já em estado de putrefação.

A tarefa de cortar fora, no entanto, permanece um desafio. Temos de cortar tudo quanto nos leve ao tropeço psicológico, espiritual, relacional e porque não físico ?!

Tudo quanto seja religião, barganha, fetichismo e coisificação de Deus na minha vida deve ser decepado, cortado, lançado fora. E isso dói mais que corte de navalha !

Cortar vícios, manias, costumes, maldades, durezas de coração, lançar fora mágoas, tristezas, dúvidas…Dizem que o condenado se acostuma aos grilhões e algemas a ponto de sentir falta delas quando se vê livre.

No evangelho somos chamados a amputação do bem, a cortar tudo que nos mate, tudo que nos falsifique, tudo que nos deforme. É braço que nos foi transplantado, mas nosso, originariamente não é, é olho que nos é implantado de modo maldoso e nos faz mudar a percepção da vida, da existência, do próximo…

É pé que nos é posto de modo atávico e que nos faz tropeçar, chutar e cair ao longo de caminho, entretanto, se nos lembrarmos bem no início não foi assim, implicando que no princípio, quando ainda havia singeleza em nós, tais atitudes estranhas, no olhar, no agir e no andar não existiam..

Foram suplantando a verdade do nosso ser, se imiscuindo em nossa consciência, entrando sorrateiramente em nossa alma e quando menos se espera a metamorfose está feita. Nos tornamos baratas pela manhã.

Que o pai de toda misericórdia e graça nos capacite a cortarmos fora tudo que nos faça tropeçar, a fim de que consigamos prosseguir, cada dia mais, libertos pelo evangelho de seu amor, que nos salva dos assassinos que ao nosso ser se grudaram.

Contra tudo o que nos faz tropeçar.

sábado, 4 de dezembro de 2010

AMOR AO DINHEIRO, DÍZIMO E OUTRAS MAZELAS

AS DINÂMICAS E OS DESAFIOS DOS FILHOS DE DEUS E DOS FILHOS DA GRANA.

Dízimo, de longe, é um dos temas mais controversos do evangelho. Primeiro, pelo fato do dízimo ser instituto ligado à antiga ordem sacerdotal dos levitas, segundo o velho testamento, e era um modo de ajudar, manter e patrocinar a atividade  religiosa judaica executada pelos levitas, clã que não possuía bens e nem terras para se sustentar e que recebia das outras 11 tribos de Israel um equivalente a 10% do que produziam. Ocorre que a ordem levítica acabou, virou história e de realidade passou a referência bíblica, dessa feita, as leis, que antes faziam um certo sentido, perdem força, sentido e validade quando as comparamos com a temática social e religiosa fora da circunstancialidade hebreia.

Ainda assim existem, aos milhões, os que zumbificaram o dízimo, tentando imprimir certa legitimidade na questão financeira dentro dos templos. Assim, o dízimo foi ganhando roupagens cada vez mais e mais malucas, até chegar no estágio em que vivemos hoje; digo, o estado de comércio de bênçãos.

Sim, o dízimo assumiu um papel de crédito bancário entre DEUS e os homens, tendo nos templos e nas mais diversas instituições uma agência que o representasse, não só virou doença, advinda da esfera legalista, já sem vigor, do pentateuco, como se expandiu em direções nunca antes visitadas.

O dízimo cresceu, entrou em metástase e virou um monstro devorador de esperanças…

São milhares, senão milhões de corações aflitos que diuturnamente dão de comer a esse bicho, na esperança de assim agradarem a DEUS, alcançarem certa graça, ou simplesmente “pagar” a DEUS as dívidas pecaminosas com dinheiro para igrejas. Gente que vê no dízimo um consorcio, uma barganha, uma fuga ou até mesmo uma promessa, enfim,  qualquer outra coisa de natureza egoística.

Interessante notar que na temática do novo testamento o dízimo e a oferta, assumem um papel de natureza assistencial, ou seja, serve, quando for o caso, deve ser destinado à: ajudar viúvas,órfãos, doentes, gente necessitada como um todo.

E quanto mais cresce a receita bilionária dos dízimos, mais cresce o número de mendigos, de viúvas, de doentes, de prisioneiros, de gente com fome, sede, frio, abandono sem receberem da igreja ou dos filhos do dízimo qualquer ajuda. O dízimo de hoje tem aspirações narcisistas, se transforma em templos suntuosos,equipamentos caros, canais de televisão, aviões particulares e uma série de outras bugigangas que são compras com o dinheiro, supostamente, dado a DEUS, mas que acaba sendo usado pelos seus  “representantes” aqui da Terra.

Será mesmo, meus caros e amados leitores, que tijolo ficou mais importante do que pão, que remédio vale menos que aparelhagem  de som e iluminação ?!

A igreja perdeu o foco e trilha um caminho inadequado, ignorando emergências humanas e dando prioridade à questão patrimonial, se tornou auto-referente e maniqueísta.

É bom lembrar que no evangelho o chamado é para as coisas imateriais, para a vida eterna, a paz que excede todo conhecimento, o amor incondicional, o perdão, a graça…Não há um chamado de natureza empreiteira, construtora, edificadora de templos ou de qualquer estrutura material; o chamado é para erigir edifícios vivos, humanos e com coração.

Desde quando é papel do discípulo de Jesus, ou da Igreja erguer grandes torres ?

Isso é coisa de homens, de babel, de quem usa do nome de DEUS para realizar projetos pessoais e teor megalomaníaco.

Nosso chamado não era, inicialmente, ligado à: ajudar, amar, reconciliar, curar… ou eu estou lendo uma versão diferente da bíblia ?

O Samaritano ajudou o desconhecido, mas o escriba e o fariseu, que davam dízimo até da mostarda, deixaram o moribundo largado no deserto; cena narrada nos evangelhos de Mateus e Marcos. Uma fiel imagem da atualidade da igreja.

Quer dizer então que não é pra dar dízimo ?

Sim, não há mais comando legal, obrigatoriedade, nem dever de se dar o dízimo, aliás, nem mesmo configuração social ou institucional, que faça o dízimo se tornar sequer lógico, existe mais. Essa é a hora em que os “pão-duro” e os apaixonados por dinheiro se alegram imensamente !

No evangelho eu sou chamado a ajudar sempre que for preciso, agente esquece o modo de pensar, numérico ou organizacional, ignora critérios de dias, locais, momentos, valores e porcentagens e passa a encarar a vida como um eterno momento de ofertório. De tal maneira que se passa a enxergar na vida das pessoas os verdadeiros gazofilácios( caixa de colocar o dízimo)  de DEUS, e ajudamos segundo a necessidade, não segundo o percentual dos dez, cinco, um ou vinte…

Os que se achem em situação de necessidade: viúvas, desempregados, órfãos, pedintes e as crianças de ruas se transformar nos diáconos que recolhem as ofertas, que se tornarão em marmitas, cobertores, remédios, fraudas e também em passagens, bebida alcóolica , cigarros e tantas outras coisas, que independentemente da aplicação que a pessoa ajudada  dê, o coração de quem deu, se deu com alegria, já operou o bem e segue cumprindo o mandamento do amar ao próximo como a si mesmo.

No evangelho não há dotação orçamentária, nem verba pré-destinada a nada…existe: gente, necessidades e oportunidades práticas diárias de ser povo de deus ou povo da lei.

Eu desafio você a dar seu dízimo, pelo menos de 1 mês, de modo livre e independente de regras, normas ou projetos…Pague a conta de alguém muito endividado, dê comida a quem tem fome, distribua roupas e cobertores,  dê fraldas para as mães carentes…

Eu duvido que se você fizer tais coisas, de coração, Deus não se faça muito mais nítido a você depois da experiência. Mais nítido como o DEUS que sacia a fome, que mata a sede, que visita, veste, cura…

Acontece, que o dito povo do Deus, se enamorou demais da grana, se promiscuiu com o poder e as regalias do tempo presente…O dízimo se tornou investimento. E é feito na certeza de que os valores confiados a DEUS, pela igreja , serão declarados como pontos, a serem usados na milhagem humana.

E não era para ser assim

Não dá mais, se  tornou insustável e não adianta ficarmos tentando curar esse paciente terminal com band –aids ... .

O dinheiro se tornou DEUS na vida de muita gente, que acredita estar adorando a Jesus, mas na verdade adora Mamon.

Que o nosso coração seja liberto da sedução do dinheiro e que nossa esperança não esteja presa no quanto ganhamos ou quanto pagamos à Deus, que a nossa fé seja pura e simples e liberta de qualquer forma de negociação com DEUS, que a obrigatoriedade e o peso do dever saiam do nossos corações e  que assim, nossas mãos e corações nunca neguem ao necessitado a ajuda que tanto necessita, que possamos ser gente de DEUS na Terra, filhos segundo a natureza do pai de misericórdia…

Que o pai tenha misericórdia e nos liberte  do amor ao dinheiro, do dízimo e de outras mazelas.