quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

CERTEZA




VIVENDO NA CERTEZA DE QUEM SOMOS

Hoje, dia 30 de dezembro de 2010, retornei de minha viagem ao Peru, aliás, país muito bonito e cheio de maravilhas a serem descobertas e riquezas a serem conquistadas.
Fiquei vários dias sem postar, mas, não foi como se eu estivesse esquecido do blog, muito pelo contrário, conforme viajava, ria, conversava, contemplava, Deus e eu escrevemos vários textos; quem sabe, serão postados neste blog ao longo de 2011.

Muitas coisas aconteceram na viagem, a esmagadora maioria foi ótima, contudo, alguns eventos negativos ocorreram e vou, resumidamente, narrá-los.

O primeiro evento negativo foi a chegada em Lima, que apesar de linda, me causou estranheza pelo trânsito caótico, barulhento e pelo fato de nosso hotel, não ser o que imaginávamos,( um hotel, perto do litoral cheio de fotos lindas na internet)e sim, termos nos hospedado num outro, situado em um bairro mais residencial e exclusivo.

O segundo evento foi nosso embarque para Cusco, ocasião em que as empresas aéreas se confundiram e nos deram informação errada, que nos causou uma correria desnecessária, nos dizendo que estávamos atrasados, fazendo-nos cruzar o saguão do aeroporto de Lima como corredores de uma maratona. Felizmente ao chegarmos para o embarque, descobrimos que estávamos adiantados e que o embarque se iniciaria em vinte minutos e duraria quase uma hora a mais.

Em Cusco, durante o passeio do vale sagrado, um peruano residente nos EUA fez um escândalo no ônibus, gritando feito um louco, comigo e com meu irmão, surpreendetemente, a cena foi feita pelo fato de nos, supostamente, termos lhe roubado o assento que pertencia a ele e a sua mulher.

Em Aguas Calientes e Machu Picchu ficamos sem água e eletricidade, além de que nossa guia nos abandonou no tour e quase perdemos o trem de regresso, por causa da mesma guia que quase não nos entrega os ticketes de embarque a tempo.

O ultimo episódio negativo foi o regresso ao Brasil, pois, ao chegarmos, fui contemplado com a notícia de que minha bagagem, fora minha bagagem de mão, não fora despachada de Lima. O mais triste é que fiquei sem roupa, sem os artesanatos que comprei, sem meu celular e minha carteira...ademais, minha bagagem não foi extraviada, a compahia aérea, simplesmente decidiu que algumas bagagens seriam enviadas em outro voo e esse voo chegaria ao Brasil no dia 1 de janeiro de 2011.

Apesar disso tudo, estou em paz!
Conversei de modo amistoso com a empresa, sai rindo do aeroporto, chegando em casa dormi como um bebê, acordei, caminhei, almocei as 3 da tarde, caminhei por um bosque de eucaliptos, sentei-me debaixo de uma árvore e orei.

durante a oração Deus me falou sobre como as coisas passam, sobre como a ansiedade é perigosa, principalmente quando se torna fenômeno constante no coração e na vida da gente.

E a despeito da centena de assuntos que eu e Deus conversamos, um se mostrou mais do que relevante: a natureza efêmera das coisas e dos fatos.

Tudo passa; inclusive a alegria e a tristeza. Quem aprende a viver com essa verdade não se apega a posições, posses, direitos, ideologias e vive mais liberto, mais alegre, mais tranqüilo e de modo muito mais proveitoso vive a vida.

Eu narrei alguns eventos negativos, porém, para cada evento negativo que narrei poderia narrar pelo menos 100 eventos positivos e mesmo a despeito da abismal superioridade de coisas boas que me ocorreram na viagem, mesmo que elas não tivessem ocorrido, meu coração se recuperaria, minha alegria brotaria denovo e minha alma retornaria a homeostasia de sua habitual paz.

Eu não uso roupas alaranjadas, nem tenho a cabeça raspada, quem me conhece sabe o quanto sou ativo, divertido e cheio de energia, entretanto, o evangelho; e só o evangelho, me capacitaram a viver assim, como o vento, como os pardais, como os lírios...

Pelo fato de que hoje habita em mim uma certeza que prospera, cresce, evolui e conquista terrenos em minha vida, tal certeza é como musgo que avança silencioso sobre pedras pontudas e escala as mais altas árvores e montanhas, tal certeza é combustível para a chama da paz e do amor em meu coração.

Mas que certeza é essa ?

A certeza de que:
Nada me separa de Cristo,logo, não preciso conquistar seu amor, nem com ele barganhar, sendo assim, paz inefável pode achar ninho em mim, e liberdades indizíveis se fazem possíveis.

De que tudo passará, logo, não há alegria nem tristezas perpétuas, portanto, posso e devo viver a verdade do momento, seja ela qual for, tendo meu coração ancorado na graça de Cristo e sabendo que nele tudo já foi , tudo é; não é necessário que eu me torne nada, visto de que nele eu tudo sou, tudo venci, tudo possuo e tudo posso.

De que se eu morrer acordo beijando Deus, e em assim sendo, a morte não me é problema, a vida nunca é curta nem longa demais, muito além disso meu coração repousa sobre o signo de que hoje vivo limitado pelas fisicalidades e demais contingências da atual fase de minha existência, mas, tenho a certeza de aquilo que hoje é parcial, limitado, percentual e por nascer, um dia se fará total, ilimitado, pleno e parido, então minha existência será outra, logo, vivo como quem acampa em barracas, mas sabe que possue, depois do breve dias de acampamento, um lar, uma mansão, ilimitados.

Sei que se tudo der errado, minha vida, meu trabalho, meus plano, nada disso é confirmação ou sequer indício de meu insucesso, tendo em vista de que Nele eu sou um total sucesso, tudo me é favorável e tudo coopera comigo, mesmo que eu assim não perceba, leia ou entenda..

Nele tenho certezas que não são pedantes, impositivas ou politicamente corretas, contudo, tais certezas, que não são minhas, mas em mim foram germinadas, me conduzem pelo caminho, cada vez mais leve, mais amigo, mais próximo, mais filho, mais amoroso, mais com a cara que Deus me deu...

E o post de hoje, extensamente cheio do evangelho, é um chamado para que olhemos os anos passados, atual e vindouros com os olhos do evangelho, sabendo que nossos erros e acertos foram apenas momentos, que em nada impedem nosso avanço ou determinam nosso retrocesso. Que podemos, em Deus, morrer e nascer todos os dias, anulando as moléstias e deficiências de "vidas passadas', sem deixar passar a vida.

Que assim seja com os nossos corações: um campo fértil onde germinem de Deus, para Deus e em Deus CERTEZAS.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

UMA PALAVRA SOBRE OS ÚLTIMOS DIAS




O APOCALIPSE, A IGREJA E AS EXPECTATIVAS DE FIM DE ANO.

O ano de 2010 chega ao seu fim, muitas coisas aconteceram, algumas boas outras ruins, mas, de modo geral, sinto que 2010 foi especial, pois, foi para mim um começo de uma nova época na minha vida.

Para os que não sabem, estou de ferias com minha família. Hoje eu conversava com meu pai, estávamos viajando pelo interior de Goiás e falando sobre diversos assuntos, quando ele me interrogou sobre qual a minha opinião sobre o Apocalipse.

E o post de hoje é sobre a tal conversa que eu tive.

O final dos tempos não será um evento anómalo, instantâneo, inesperado e sem previa construção...
Não será do dia para a noite que a igreja será perseguida, nem mesmo os 4 cavaleiros do Apocalipse aparecerão, hollywoodianamente, irrompendo nos céus e anunciando guerra, morte, fome e o evangelho.

Todas as mazelas previstas no Apocalipse são frutos de árvores semeadas desde o início dos tempos, contudo, na nossa era, tais árvores já se encontram maduras, fortes, crescidas e prontas para frutificarem a qualquer minuto.

De modo que as narrativas enigmáticas e assustadoras trazidas por João, não são, nem de longe, eventos isolados, feitos unilateralmente por DEUS, tampouco, resultado de um dia de fúria dos céus.

O Apocalipse se faz no hoje. Se constrói de modo viçoso por meio da degradação ambiental, das conjecturas históricas e sociais envolvendo a igreja, as nações e demais entes sociais responsáveis pelo direcionamento do curso da história.

Um planeta destruído é, sem dúvida alguma, motivo suficiente para fome, guerra, morte..e uma igreja que na era atual cresce à ritmo semelhante ao de um câncer em plena metástase, sugando as pessoas, causando intrigas, perseguindo, agindo de má fé, roubando, enganando e sendo diabo em nome de deus na terra, essa igreja está cavando a própria cova.

Não será do dia para a noite que o mundo decidirá extirpar a Igreja da face da Terra, entretanto, já se percebe uma animosidade incipiente em relação aos cristãos, de certo modo, o mundo vê o cristianismo como um evento só e não separa o joio do trigo; aliás nem poderia, visto que isso é tarefa exclusiva de Cristo, mas, a igreja que de igreja só tem nome, essa será a responsável pelo ódio que será gerado, silenciosa e paulatinamente, contra toda expressão de cristianismo.

Católicos, protestantes, mórmons e qualquer outra linha, que de certo modo se identifique com o ícone de Cristo, serão alvo de perseguição. Serão dias em que será necessário coragem para afirmar publicamente a fé em Cristo.

A sociedade estará ainda mais evoluída: tecnológica e educacionalmente, desse modo, o politicamente correto será um entrave para que qualquer discriminação ou perseguição se instaurem, logo, a perseguição será bem embasada, com apoio de uma tese convincente, profunda, social, racional , com causa e efeito, capaz de dar sentido à barbárie. Assim como foi nos dias da Alemanha de Hitler.

A igreja será um problema social que terá de ser corrigido.

Eu olho para essa maluquice de hoje em dia, digo, a maluquice de pedir dinheiro, fazer fraudes, construir impérios, alienar pessoas, monopolizar os canais de televisão e começo a entender a teses que garantirão dias medievais nos dias vindouros.

Mas a igreja vai acabar ?

Evidente que não, pelo menos a Igreja de Cristo, a verdadeira, que é serena, secreta, silenciosa, feita de bilhões de pessoinhas ao longo de todo o planeta, a igreja que é sal da terra, misturada, convivente, viva, prática...essa igreja sobreviverá.

Os grandes templos serão alvos fáceis, as grandes instituições serão as primeiras a ruírem, milhões de crentes na igreja e descrentes de Jesus ficarão perdidos, trocarão de religião, fugirão, enquanto os filhos de Deus permanecerão, firmes, vitoriosos, salgando o mundo com graça, amor, perdão, misericórdia e , principalmente, sendo testemunhas vivas do evangelho.

Serão dias em que um copo de água se tornará um tesouro deveras valioso, neste mesmo cenário, os cabritos, narrados por Jesus, não dividirão, não visitarão, nem vestirão, muito menos visitarão, dando assim a prova cabal de sua condição diabólica, ( diabo vem de diávolos, causar separação), pois, em lugar de se unirem em amor com os necessitados, erguerão voz triunfalista e egoísticamente seguirão suas vidas, separados, divididos de coração, ao passo que as ovelhas, os benditos do pai, serão achados em sua bondade boba e despretensiosa, ao serem os que visitam, matam a fome e a sede, vestem, visitam medicam curam e cuidam dos necessitados, cumprindo o evangelho, mesmo que dele nunca tenham, formalmente, ouvido.

Isso tudo que eu tentei descrever, deve mexer com agente, balançar nossa alma e nos levar à uma análise fiel e singela acerca de nós mesmo, uma inquirição sobre quem nós somos e como somos. Se somos sal no saleiro e não na terra, ou seja, cristãos institucionais e não vivenciais, muito deve ser mudado, alem de que, se nossa fé ensina o amor ao próximo, como fundamento, e nós repetimos, mas não agimos conforme o amor, então nossa fé é vazia.

Digo isso pela fato de que, geralmente, nos finais de ano, tendemos a olhar de modo mais cuidadoso para as nossas vidas, desse modo, creio que ainda é tempo de cabritos se tornarem ovelhas, ovelhas se aprofundarem em sua "ovelhice" (risos) e o sal saltar do saleiro e se misturar à terra, enquanto o sal já misturado pode aumentar sua salinidade e dar mais sabor ainda ao ambiente em que esteja misturado.

O Apocalipse não é para o amanhã, não é evento vindouro, antes é construção histórica, assim sendo, cabe a nós,hoje, mudar a história de nossas vidas e de outras tantas, por meio de mudança de caminho, aprofundamento da consciência em Cristo,libertação pelo evangelho e por aí vai.

Sendo final de ano, creio se essa uma palavra sobre os últimos dias.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O QUE NOS FAZ TROPEÇAR

Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. MATEUS 5.

Quando Cristo proferiu tais palavras  é evidente que não se referia ao cair  físico, ou seja, nem mesmo estava aconselhando ninguém ao ato externo e corporal de cortar fora alguma parte do corpo. Mutilação. Por mais que pareça desnecessário trazer à baila essa informação, dada a sua natureza lógica, infelizmente, muita gente ao longo da história, levou à sério o texto bíblico, produzindo  feridas reais em seus corpos e isso não só na religião no cristianismo, mas em uma gama imensa de credos e religiões. Muitos religiosos medievais chegaram a perder membros na esperança de cumprir o ensino de MATEUS 5.

De fato, nas cinco décadas posteriores ao fato histórico da cruz, muitas correntes filosóficas de cunho místico tentaram interpretar os fragmentos de textos bíblicos, principalmente o evangelho de João, de modo a dar um sentido oculto ou diverso daquele que verdadeiramente se comunicava com o evangelho de Cristo, e este crucificado, pra não esquecer de Paulo; já que cristos haviam muitos.

Uma das correntes responsáveis pela crença dualística de corpo e alma foi a dos gnósticos que cria que o corpo necessitava ser mortificado, entre os gnósticos duas escolas, básicas, se desenvolveram, a primeira cria na mortificação pelo uso excessivo, daí o porque de no início da era cristã Paulo alertar sobre a glutonaria e a perversidade sexual, que inclusive eram praticadas como culto, ritual e não só por mera putaria (risos).

A outra pregava o extremo oposto, logo, a ideia era mortificar o corpo pelo não uso, pelo desgaste ferruginoso de castigar o corpo físico com castigos, fome, falta de sono, queimaduras…

Ainda bem que tais ensinos perderam sentido, mas vale a pena lembrar que, pelo menos no cristianismo, duraram mais de 1000 anos; isso mesmo mil anos.

Nos dias de hoje não é tão comum que tais cenas se repitam. Gente que apesar de manter um corpo físico inteiro tem uma mente amputada, castrada, imobilizada e algumas vezes já em estado de putrefação.

A tarefa de cortar fora, no entanto, permanece um desafio. Temos de cortar tudo quanto nos leve ao tropeço psicológico, espiritual, relacional e porque não físico ?!

Tudo quanto seja religião, barganha, fetichismo e coisificação de Deus na minha vida deve ser decepado, cortado, lançado fora. E isso dói mais que corte de navalha !

Cortar vícios, manias, costumes, maldades, durezas de coração, lançar fora mágoas, tristezas, dúvidas…Dizem que o condenado se acostuma aos grilhões e algemas a ponto de sentir falta delas quando se vê livre.

No evangelho somos chamados a amputação do bem, a cortar tudo que nos mate, tudo que nos falsifique, tudo que nos deforme. É braço que nos foi transplantado, mas nosso, originariamente não é, é olho que nos é implantado de modo maldoso e nos faz mudar a percepção da vida, da existência, do próximo…

É pé que nos é posto de modo atávico e que nos faz tropeçar, chutar e cair ao longo de caminho, entretanto, se nos lembrarmos bem no início não foi assim, implicando que no princípio, quando ainda havia singeleza em nós, tais atitudes estranhas, no olhar, no agir e no andar não existiam..

Foram suplantando a verdade do nosso ser, se imiscuindo em nossa consciência, entrando sorrateiramente em nossa alma e quando menos se espera a metamorfose está feita. Nos tornamos baratas pela manhã.

Que o pai de toda misericórdia e graça nos capacite a cortarmos fora tudo que nos faça tropeçar, a fim de que consigamos prosseguir, cada dia mais, libertos pelo evangelho de seu amor, que nos salva dos assassinos que ao nosso ser se grudaram.

Contra tudo o que nos faz tropeçar.

sábado, 4 de dezembro de 2010

AMOR AO DINHEIRO, DÍZIMO E OUTRAS MAZELAS

AS DINÂMICAS E OS DESAFIOS DOS FILHOS DE DEUS E DOS FILHOS DA GRANA.

Dízimo, de longe, é um dos temas mais controversos do evangelho. Primeiro, pelo fato do dízimo ser instituto ligado à antiga ordem sacerdotal dos levitas, segundo o velho testamento, e era um modo de ajudar, manter e patrocinar a atividade  religiosa judaica executada pelos levitas, clã que não possuía bens e nem terras para se sustentar e que recebia das outras 11 tribos de Israel um equivalente a 10% do que produziam. Ocorre que a ordem levítica acabou, virou história e de realidade passou a referência bíblica, dessa feita, as leis, que antes faziam um certo sentido, perdem força, sentido e validade quando as comparamos com a temática social e religiosa fora da circunstancialidade hebreia.

Ainda assim existem, aos milhões, os que zumbificaram o dízimo, tentando imprimir certa legitimidade na questão financeira dentro dos templos. Assim, o dízimo foi ganhando roupagens cada vez mais e mais malucas, até chegar no estágio em que vivemos hoje; digo, o estado de comércio de bênçãos.

Sim, o dízimo assumiu um papel de crédito bancário entre DEUS e os homens, tendo nos templos e nas mais diversas instituições uma agência que o representasse, não só virou doença, advinda da esfera legalista, já sem vigor, do pentateuco, como se expandiu em direções nunca antes visitadas.

O dízimo cresceu, entrou em metástase e virou um monstro devorador de esperanças…

São milhares, senão milhões de corações aflitos que diuturnamente dão de comer a esse bicho, na esperança de assim agradarem a DEUS, alcançarem certa graça, ou simplesmente “pagar” a DEUS as dívidas pecaminosas com dinheiro para igrejas. Gente que vê no dízimo um consorcio, uma barganha, uma fuga ou até mesmo uma promessa, enfim,  qualquer outra coisa de natureza egoística.

Interessante notar que na temática do novo testamento o dízimo e a oferta, assumem um papel de natureza assistencial, ou seja, serve, quando for o caso, deve ser destinado à: ajudar viúvas,órfãos, doentes, gente necessitada como um todo.

E quanto mais cresce a receita bilionária dos dízimos, mais cresce o número de mendigos, de viúvas, de doentes, de prisioneiros, de gente com fome, sede, frio, abandono sem receberem da igreja ou dos filhos do dízimo qualquer ajuda. O dízimo de hoje tem aspirações narcisistas, se transforma em templos suntuosos,equipamentos caros, canais de televisão, aviões particulares e uma série de outras bugigangas que são compras com o dinheiro, supostamente, dado a DEUS, mas que acaba sendo usado pelos seus  “representantes” aqui da Terra.

Será mesmo, meus caros e amados leitores, que tijolo ficou mais importante do que pão, que remédio vale menos que aparelhagem  de som e iluminação ?!

A igreja perdeu o foco e trilha um caminho inadequado, ignorando emergências humanas e dando prioridade à questão patrimonial, se tornou auto-referente e maniqueísta.

É bom lembrar que no evangelho o chamado é para as coisas imateriais, para a vida eterna, a paz que excede todo conhecimento, o amor incondicional, o perdão, a graça…Não há um chamado de natureza empreiteira, construtora, edificadora de templos ou de qualquer estrutura material; o chamado é para erigir edifícios vivos, humanos e com coração.

Desde quando é papel do discípulo de Jesus, ou da Igreja erguer grandes torres ?

Isso é coisa de homens, de babel, de quem usa do nome de DEUS para realizar projetos pessoais e teor megalomaníaco.

Nosso chamado não era, inicialmente, ligado à: ajudar, amar, reconciliar, curar… ou eu estou lendo uma versão diferente da bíblia ?

O Samaritano ajudou o desconhecido, mas o escriba e o fariseu, que davam dízimo até da mostarda, deixaram o moribundo largado no deserto; cena narrada nos evangelhos de Mateus e Marcos. Uma fiel imagem da atualidade da igreja.

Quer dizer então que não é pra dar dízimo ?

Sim, não há mais comando legal, obrigatoriedade, nem dever de se dar o dízimo, aliás, nem mesmo configuração social ou institucional, que faça o dízimo se tornar sequer lógico, existe mais. Essa é a hora em que os “pão-duro” e os apaixonados por dinheiro se alegram imensamente !

No evangelho eu sou chamado a ajudar sempre que for preciso, agente esquece o modo de pensar, numérico ou organizacional, ignora critérios de dias, locais, momentos, valores e porcentagens e passa a encarar a vida como um eterno momento de ofertório. De tal maneira que se passa a enxergar na vida das pessoas os verdadeiros gazofilácios( caixa de colocar o dízimo)  de DEUS, e ajudamos segundo a necessidade, não segundo o percentual dos dez, cinco, um ou vinte…

Os que se achem em situação de necessidade: viúvas, desempregados, órfãos, pedintes e as crianças de ruas se transformar nos diáconos que recolhem as ofertas, que se tornarão em marmitas, cobertores, remédios, fraudas e também em passagens, bebida alcóolica , cigarros e tantas outras coisas, que independentemente da aplicação que a pessoa ajudada  dê, o coração de quem deu, se deu com alegria, já operou o bem e segue cumprindo o mandamento do amar ao próximo como a si mesmo.

No evangelho não há dotação orçamentária, nem verba pré-destinada a nada…existe: gente, necessidades e oportunidades práticas diárias de ser povo de deus ou povo da lei.

Eu desafio você a dar seu dízimo, pelo menos de 1 mês, de modo livre e independente de regras, normas ou projetos…Pague a conta de alguém muito endividado, dê comida a quem tem fome, distribua roupas e cobertores,  dê fraldas para as mães carentes…

Eu duvido que se você fizer tais coisas, de coração, Deus não se faça muito mais nítido a você depois da experiência. Mais nítido como o DEUS que sacia a fome, que mata a sede, que visita, veste, cura…

Acontece, que o dito povo do Deus, se enamorou demais da grana, se promiscuiu com o poder e as regalias do tempo presente…O dízimo se tornou investimento. E é feito na certeza de que os valores confiados a DEUS, pela igreja , serão declarados como pontos, a serem usados na milhagem humana.

E não era para ser assim

Não dá mais, se  tornou insustável e não adianta ficarmos tentando curar esse paciente terminal com band –aids ... .

O dinheiro se tornou DEUS na vida de muita gente, que acredita estar adorando a Jesus, mas na verdade adora Mamon.

Que o nosso coração seja liberto da sedução do dinheiro e que nossa esperança não esteja presa no quanto ganhamos ou quanto pagamos à Deus, que a nossa fé seja pura e simples e liberta de qualquer forma de negociação com DEUS, que a obrigatoriedade e o peso do dever saiam do nossos corações e  que assim, nossas mãos e corações nunca neguem ao necessitado a ajuda que tanto necessita, que possamos ser gente de DEUS na Terra, filhos segundo a natureza do pai de misericórdia…

Que o pai tenha misericórdia e nos liberte  do amor ao dinheiro, do dízimo e de outras mazelas.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

AMOR, UMA QUESTÃO DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA.

O CAMINHO DE AMA A CAUSA.

Hoje, pela noite, comendo em um restaurante com amigos, pude conversar com uma pessoa de muito sucesso profissional, alguém que se destacou em uma instituição gigantesca, sendo catapultado de funções simples e singelas à estratosfera dos escalões mais altos.

Ao longo da conversa meu amigo me disse que começou como um simples ajudante dentro da instituição, contudo, ele ia além em tudo que fazia, inclusive com atos singelos – oferecer um copo d´agua e coisa do tipo-  entretanto, a singeleza dos atos implicou em consequências muito positivas no campo profissional.

Além do carinho e da vontade, a pessoa com quem conversei me demonstrou, que o diferencial que lhe transportou ao sucesso, também estava ligado à boa vontade, iniciativa, coragem e um pouco de loucura misturada com sorte. Acima de tudo, um critério era o fator mais decisivo para o sucesso, falo do senso de comprometimento, o amor à causa, o apego de alma e coração, a crença de que ainda há com que se contribuir, que ainda há espaço para inovações e melhorias, ou seja, uma consciência de que o trabalho, por sí, já é alvo da paixão pela qual se luta.

Não importando salários, condições, tempo, influências…o amor pelo que se faz é um fator determinante que separa os bons dos maus em todos os campos da vida.

Na vida espiritual não pode ser diferente!

Quem ama o evangelho pelo evangelho, prospera, segundo o evangelho.

Quem ama por motivo escuso, estagna, segundo o evangelho.

Não há via, no evangelho, que não seja a de DEUS por DEUS, para DEUS e em DEUS…

Explico, se a motivação de cada pessoa em seguir a Cristo não for o próprio Cristo, então essa motivação não vingará, não lançará raízes profundas e muito menos frutificará. Será paixão de estação, paquera de carnaval, mas nunca um amor pra vida inteira.

Quem caminha no evangelho esperando receber algo, alcançar alguma coisa ou qualquer outro motivo que não seja o motivo de Cristo, ardendo dentro do coração, está fadado a fazer como fez o jovem rico, citado no evangelho, entristecer, decair o semblante e virar as costa para o mestre.

Quem está no evangelho por mero medo de ir para o inferno, para alcançar bênçãos, enriquecer, ser curado , urge por encontrar o sentido real do evangelho. Cristo.

Diferentemente do meu amigo que cresceu no seu local de trabalho, melhorou de vida e hoje ganha bem mais, no evangelho não existem planos de carreiras, metas, escalões…

Há o sucesso da paz, a conquista da vida, o privilégio do auto conhecimento e o salário da salvação diária…A meritocracia do evangelho é resumida em uma pessoa só: JESUS, pois foi dele todo o Trabalho, dele são todos os louros. E, tudo o que conquisto, conquisto por ele, nele e para ele, sem que para tanto o mérito seja meu.

Na carreira profissional tudo visa um fim. Uma promoção, um prêmio, um aumento, um sonho…

Na carreira espiritual nada é feito com vistas a conquistar, subir, gerar lucros, dividendos e nem vantagens para mim mesmo, antes sou devedor do amor e quando faço o bem cumpro para com o bem impagável o qual já recebi. A reconciliação.

O evangelho em desafia a amar por amar, a servir por amar, a perdoar por ama, a aceitar por amar….

Se há quem ame, ame pelo fato de ter sido amado, se há quem perdoe, faça isso por ter sido perdoado e cure por ter sido curado….

Siga o caminho de quem ama a causa, independentemente das consequências; pois no amor só existe uma causa, o resto é consequência.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

SER , PARECER E FAZER

A DIFERENÇA ENTRE O FAREISEU E O SAMARITANO.

(Lucas 10, 30-37) "Levantou-se um doutor da lei e, para pô-lo à prova, perguntou: Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna? Disse-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como é que lês? Respondeu ele: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, e com todas tuas forças; e teu próximo como a ti mesmo. Falou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isto e viverás. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Jesus então contou: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semi-morto. Por acaso descia pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. Igualmente um levita descia pelo mesmo caminho; chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. Passava por ali um samaritano, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre o seu próprio animal e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta te pagarei. Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu o doutor: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: Vai, e faze tu o mesmo.

A parábola do bom samaritano é uma lição simples, clara e irrefutável acerca da religiosidade, feita para fora, esquizofrênica e auto-referente e a pureza de quem faz o bem como manifestação do dom de DEUS na TERRA.

O fariseu é o arquétipo da religião que tudo sabe, tudo entende, tudo segue, mas que ignora o fundamento, o princípio a rocha maior que qualquer outra rocha, ou seja, há prática de religiosidade, contudo inexiste verdade nos atos. De que adianta: status, conhecimentos, práticas e aparências se de outro modo o ser se comporta quando o assunto é amor ao próximo ?

O fariseu sou eu !

O fariseu é todo aquele que já olhou pra si e enxergou bondade, santidade, pureza e divindade …

O fariseu sou eu !

O fariseu é aquele que já viu a necessidade e nada fez, que ignorou DEUS no chão, na rua, na pobreza, com sede e com fome, nú, doente e preso… passou ao largo, desviou-se da cena horrenda do sangue, do espancamento, da solidão e da fragilidade humana.

O fariseu sou eu !

Que ignora mas que ora, que não ajuda mas cultua, que não atende mas prega,…

O fariseu é o ícone de toda religiosidade morta e sem efeito. É um resumo de tudo quanto se deve evitar. O fariseu parece, entretanto, não é !

O samaritano não parece, não se sabe santo, nem religioso, nem nada…o samaritano é uma formiga existencial, é o outro, menor, fraco, ignorante, impuro, não salvo e não merecedor de DEUS.

O samaritano no entanto é!

Eu queria ser samaritano…

Andar pelo caminho usando de meus recursos para fazer o bem, inclusive meu dinheiro, meu vinho e meu azeite..

Eu queria ser samaritano..

Andar na consciência simples, pura e burra do evangelho, não que o evangelho seja burro, mas eu sendo burro, desconhecedor, mesmo assim o pratico, pois eu sou evangelho, sou bondade, sou misericórdia e mesmo assim me vislumbro na plena certeza de o fariseu está certo.. eu nada sou e de fato não mereço favor nenhum de DEUS…

Eu queria ser samaritano…

E poder dar sentido a palavra: próximo, sendo o próximo do meu próximo, amando a DEUS e não mentindo no meu amor, pois, amaria a DEUS amando a humanidade e dela me compadecendo, enamorando, pacificando e sendo boa nova viva, todos os dias.

O fariseu faz quando alguém está olhando, toca trombetas para anunciar suas caridades e doações, e a despeito de fazer, faz apenas para aparecer!

O samaritano faz quando não existem olhos, quando não há beleza, no sangue, na isolação do deserto, sem testemunhas, sem créditos, sem sons, sem agradecimentos, sem méritos; faz pela naturalidade com que contempla a vida, faz por que é !

Eu vivo cambaleando entre o farisaísmo e a verdade, mas de uma coisa eu sei: arde, em meu coração, o desejo, que não vem de mim mesmo, de cada vez mais me apaixonar pelas carências de DEUS na Terra. De ser: paz, longanimidade, justiça, amor, misericórdia, paciência….e fazer, agir, ser mais próximo do meu próximo.

Que DEUS tenha piedade de minha vida e me liberte do  parecer, e me faça ser no meu fazer.

Vai, e faze tu o mesmo.

domingo, 21 de novembro de 2010

QUEM NOS SEPARARÁ

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?( ROMANOS 8:35)

O texto de Paulo em Romanos 8 é encorajador e desafiador. Encoraja ao nos convencer de que em CRISTO já somos tudo que DEUS sonhou para nós, nos garantindo que o caminho é traçado no coração do Pai e nosso trabalho é somente andar; não há méritos para quem caminha, visto que o caminho em CRISTO já foi cumprido, basta a convicção, o elo e a consciência de quem em DEUS tudo é !

Desafia ao nos perguntar  acerca da possibilidade de separação entre nós e Cristo. E, diferentemente do que muitos pensam, a pergunta de Paulo não é retórica, a despeito de , aparentemente, carregar uma resposta já formulada.

É fato que a separação entre Deus e nós é impossível, contudo, entre nós e Deus existe sim uma possibilidade. Não foi por acaso que Jesus disse:“Eu sou a videira, vós sois os ramos: Aquele que está em Mim e Eu nele, o mesmo produz muito fruto: Pois sem Mim nada podeis fazer” (João 15:5). Isso deixa claro que a minha conexão com DEUS é feita por uma via de mão  dupla, é simbiótica, conjunta, parceira, e portanto,  encerra em sí um mar de implicações.

Deus pode estar ligado em mim, e eu não estar ligado nele; quando a condição de DEUS estar ligado em nós e de nós nele está satisfeita, aí há muito fruto. É notório que o meu elo com o altíssimo pode evoluir, engrossar, mudar, sazonalizar e sofrer diversas alterações, isso acaba sendo percebido mais cedo ou mais tarde como o efeito “ montanha russa espiritual” .

A pergunta de Paulo ecoa até os dias de hoje e atinge bem em cheio nossos corações, dizendo, martelando, inquirindo diuturnamente: QUEM NOS SEPARARÁ ?

Bobo é quem tenta fugir de tal dilema, aliás, é condição de maturidade espiritual saber responder a essa pergunta, que muda de resposta ao longo do caminho da vida. Em um dado momento somos separados pelos cuidados da vida, dinheiro, cansaço, vaidade, projetos…num outro momento somos assolados pela falta de esperança, pela morte, pela saudade…

Mas, existe um agente separador que é universal !

Sim, universal, contrariando aos antropólogos de plantão, na medida que é ícone comum à todo ser humano; falo do passado.

O homem tem sérios problemas com a temporalidade, com o lidar com os eventos, com a evolução do tempo. Primeiro pelo apego ao passado, nós valorizamos as coisas que para traz ficaram, em vez de abandoná-las, nós fizemos do passado uma ciência e mesmo assim não aprendemos ainda a posicionar o passado no lugar certo, ou seja, no passado.

Muita gente vive de passado, ignoram  a dádiva da vida,  cada dia para tais pessoas é um dia morto, posto que o dia já nasce predestinado a tentar ressuscitar um outro dia que há muito morreu.

Interessante notar que os filhos do tempo acabam sendo pelo tempo devorados, basta lembrar do exemplo de Cronos que tomado de medo de perder o trono,devorava seus próprios filhos a medida em que eles iam nascendo. Quem não domina o passado é devorado por ele.

O passado é figura representativa, é mera nota de rodapé nas páginas de nossa vida, quando muito pode ser usado como índice remissivo, mas assim como um índice remissivo, não deveria carregar poderes, nem afirmações, nem conclusões,mas  apenas nos guiar ,de modo mais metódico, ao longo dos assuntos e capítulos pelos quais um dia passamos ou vivemos.

O passado me aliena, me desorienta, me mata no dia de hoje, me alija  de minhas capacidades e potencialidades de um modo tão profundo que pode ser comparado à sofrer de uma doença degenerativa em constante evolução. Quanto mais do passado vivo, mais o passado me mata.

Seja bom, seja ruim, seja como for, o passado não deveria ser capaz de nos privar de uma vida abundante, cheia de graça, verdade e paz.

Em Cristo tudo é !

O próprio DEUS se identifica como o : EU SOU.

Se nos afirmamos como sendo servos e filhos do DEUS que é, não podemos viver de modo mentiroso cultuando aquilo que já foi, o que passou.

O  amor, poder, paz, graça, libertação, perdão, salvação e tudo mais  de DEUS são para o hoje, dito isso.

Quem nos separará ?

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

AMOR QUE RECONHECE

E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o ungüento.  Quando isto viu o fariseu que o tinha convidado, falava consigo, dizendo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é uma pecadora. E respondendo, Jesus disse-lhe: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. E ele disse: Dize-a, Mestre. Um certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos dinheiros, e outro cinqüenta. E, não tendo eles com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Dize, pois, qual deles o amará mais. E Simão, respondendo, disse: Tenho para mim que é aquele a quem mais perdoou. E ele lhe disse: Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e mos enxugou com os seus cabelos.Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama. ( Lucas 7: 37-47)

Eu gosto muito do texto de Lucas 7. E visto que eu me enxergo no texto, me identifico, ora com os fariseus, ora com a pecadora, mas sempre acabo por fechar em Jesus o foco da minha visão.

E o foco é o amor que é gerado no coração de quem é perdoado, o sentimento de imensa gratidão que brota em quem é perdoado. Perdão gratuito, insano, irracional e cheio de uma bela e maluca graça, perdão que não pergunta, não demanda, não exige, não oprime…

Perdão que não se contingencia a lugares, tempos, templos, pessoas, grupos, filosofias, culturas e modos. O perdão é !

Sou tão perdoado quanto qualquer outro ser que já tenha existido, exista ou vá existir; o perdão é fato prévio ao átomo (antes da fundação do mundo já era conhecido o sangue de Cristo, segundo Paulo)e tal fato é de uma beleza tão grande, que sempre que penso sobre isso lágrimas visitam meus olhos.

Ainda bem que DEUS amou de modo amplo, inicial, inaugural, irrestrito e como só DEUS pode amar, pois, se DEUS fosse o DEUS que pregam as religiões, amaria apenas o curral de seus fiéis e deixaria perecer um mundo sem fim de gente. Ainda bem que DEUS é DEUS!

Deixando o quesito divino do perdão de lado e partindo para uma abordagem mais humana do perdão, dando voz a todos nós, seres formados de átomos, fica claro que: para ser perdoado de algo primeiro é necessário que haja débito, dívida, obrigação, ou seja, é necessário que eu seja cativo de algo ou alguém em algum aspecto da minha vida. E quanto mais endividado eu seja, mais perdoado e mais grato será meu coração. Um questão diretamente proporcional entre o reconhecimento de minha dívida e a dádiva do perdão.

Em termos de pecados somos todos iguais. Isso mesmo, não existe pessoa com dívida maior ou menor, nem mais ou menos pecadora, o pecado é um fenômeno do homem, independe de qualquer fator. O fariseu e a pecadora são iguais, entretanto existem diferentes corações; e aí é que está o pulo do gato. A pecadora, era antes de mais nada pecadora, e se sabia pecadora, era inclusive conhecida como a pecadora… Daí o seu total, profundo e pleno reconhecimento de sua condição de inaptidão de ser santa e sua necessidade de que a graça de DEUS a visitasse.

O fariseu, apesar de pecador, não reconhece seu caminho de pecado, ele vê na pecadora um ser inferior, indigno e em contrapartida visualiza a si mesmo como santo, limpo e puro.

Havia um discrepância entre o fariseu e a pecadora não no tocante ao total da dívida e sim no quanto cada um era capaz de se reconhecer devedor.

Interessante que a religião foi a responsável por cegar o fariseu, nos mostrando uma importante lição: religiosidade nada mais é que um modo distorcido de ver o mundo, o próximo e a sí mesmo.

Eu conheço muita gente religiosa que se julga melhor do que os outros, mais santa, mais tudo…

E realmente esse tipo de gente em algumas coisas são mais do que os outros, pelo menos são mais arrogantes, distantes de DEUS e mais duros de coração. A tais pessoas há um impedimento irremovível de cumprir o mandamento do : AMARÁS AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO. Impedimento esse que se manifesta na incapacidade que tais pessoas tem de não considerar o próximo como seu próximo.

No evangelho eu me faço próximo de tudo e de todos,  não há óbice em me irmanar com qualquer que seja o tipo de pessoa. Já na religião eu sou condicionado paulatinamente a ignorar todo o resto da humanidade em favor de um grupo extremamente reduzido de pessoas, sendo convidado a celebrar uma confraria mecânica e fria, chamada de culto.

O culto do fariseu envolvia: ritos, locais, capacidades e objetos. O culto da pecadora envolvia: lágrimas, cabelos, beijos e profundo arrependimento. Ela ofertava  a sí própria como gratidão ao Deus a quem ela, amorosamente, lavava os pés empoeirados.

Que seja a vida e a verdade o caminho da nossa existência em Cristo, de modo que possamos reconhecer o amor dEle por nós.

sábado, 16 de outubro de 2010

CHUVA DE AMOR

Mateus 5:45-46 “Para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos. Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo?”

O amor, durante muito tempo, foi um sentimento muito pouco compreendido. Eu sempre gostei e achei bacana a coisa do amor e de amar; mesmo não sabendo muito bem o que de fato significasse esse tal amor.

Houve um tempo em que cri que o amor era um sentimento, algo arrebatador, forte e torrencial, um rio violento que invadia todo o ser. Não era de fato amor.

Depois comecei a encontrar no amor um significado mais divino, um ato que não dependia em nada de mim e que era pura e simplesmente uma atribuição de DEUS, que aliás dissolvia o seu amor sobre quem bem entendesse, daí a minha constate oração, nessa época, de pedir que o amor de DEUS me tomasse por completo e me possuísse, pois na minha cabeça só assim eu poderia amar.

Houve também a época da minha vida, época em que li  Max Weber, em que o amor tomou linhas mais pessoais e pouco nobres, eu pensava que o amor era um reflexo humano do interesse, acreditava piamente que o amor não era nem bom nem mal, antes era uma demonstração humana sempre atrelada a algum tipo de utilitarismo, sexo, amizade, aprovação, inclusão e coisas desse tipo.

Hoje eu creio num amor responsável, adulto e cheio de implicações práticas para minha vida e especialmente para minha mente.

Amor é decisão, é ato consciente que me direciona na vida, é norte das minhas escolhas e atitudes, é modo de pensar e de questionar a vida e os meu pareceres diuturnamente. Não há mais pedidos a DEUS para que me inunde de amor, isso é muito fácil e retira de mim toda a responsabilidade de amar, afinal, se não amo isso é culpa de DEUS e não minha.

Amor também não é violência cardíaca, sensação mexicana de romance e nem mesmo adrenalina futebolística das tardes do maracanã. Isso é surto, maluquice, escravidão ou vazio. Amor é pleno e não oscila, é um novo modo de encarar a vida e em particular a minha vida na vida do próximo.

É como ter o poder do mal em suas mãos e mesmo assim escolher fazer o bem, é ter os seus inimigos em uma mesa com você, comendo, bebendo e convivendo comigo, mas nunca de modo a fazê-los meus cativos ou torná-los menores do que eu mesmo.

Amor é acordar de manhã e decidir ser uma pessoa melhor, decidir não retribuir o mal com mal e sim com bem, decidir fazer o bem a quem é do bem e a quem é do mal, tornar rocha dentro do peito a consciência de que eu preciso do perdão dos outros todos os dias, logo, perdoar é a escolha correta para minha vida.

Amar é olhar pro ato nada romântico da cruz e ver na cena dantesca de sangue, suor e lágrimas uma razão para prosseguir minha vida de modo a repetir o ato da cruz, oferecendo perdão por que fui perdoado, sendo pacificador pois fui pacificado, agindo em reconciliação pelo fato de que em DEUS eu sou  reconciliado todos os dias.

Amor é como a chuva que não cai de modo seletivo ou meritocrático, a chuva desce sobre bestas e sábios, sobre Dalais Lamas e sobre Hitler, chove sobre Jesus e sobre Pilatos…

Deus decidiu amar assim, ou você acha que DEUS te ama pela sua beleza, inteligência, ou por ser você um cara muito gente boa ? Claro que não!

Que a minha e a sua vida possam ser decisão diária de chover, indistintamente, amor em tudo quanto seja solo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

AS PÉROLAS QUE DEVO CONSERVAR

“Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas" (Mateus 7:6).

Meu coração nesta última semana tem sido um coração de gratidão. Meu caminho tem sido marcado por descobertas de tesouros e dádivas e grandes benção da parte de DEUS, que sempre estiveram na minha frente, mas que eu não havia ainda vislumbrado. Pelo menos não com a atenção que mereciam.

Engraçado que hoje sou grato por muitas coisas não recebidas. Sou muito grato por não terem dado certo alguns relacionamentos em que me envolvi, grato por ter sido demitido de alguns empregos, por ter sido um fracasso como vendedor de filtros de água, sou grato por te tido pais que cuidaram de mim e que aceitaram de bom grado o título de caretas, chatos e dominadores, quando com amor me proibiam de chegar tarde em casa ou de me envolver numa série de programas e planos, que ao meu ver eram seguros e cheios de vantagens, contudo, aos olhos sábios de meus pais eram veredas de morte as quais eu não era capaz de discernir naquela época.

Foram cálices que o pai celeste me permitiu não ter de beber.

Sou grato por ter meu pai e minha mão vivos e presentes e minha vida, pelo fato deles nunca terem me negado ajuda, nem conselho, nem colo, nem nada…

Sou grato por ter tido uma infância saudável e cheia de vida, sendo criado no interior do Mato Grosso e cercado por belezas e maravilhas da natureza por todo lado. Banho de rio, manga no pé, suco de caju, Rio Paraguai  e muito peixe fresco.

Sou grato por amar meus irmãos e por me lembrar deles com todo carinho, de sentir saudades dos que estão longe e grato de poder morar com um que está perto, sou grato por saber que eles me amam também e nosso amor mútuo não é furto de barganhas ou nada do tipo, mas puro e simples amor de quem ama. E as gratidões que eu citei acima não são todas, aliás estão longe de serem uma lista de minha gratidão.

Existem coisas em nossas vidas que são como pérolas dadas por DEUS, jóias únicas e insubstituíveis no tempo espaço de nossa existência terrena. Como se DEUS ao nos fazer nascer nos desse um fio cheio de pérolas, que figurativamente são como atributos nossos que devemos conservar, são áreas da minha vida que já estão conquistadas e que necessitam tão somente de minha manutenção. Cada indivíduo sabe de suas pérolas.

Agente costuma perceber que tinha uma certa pérola quando a perde. a exemplo do marido que  consuma a traição de sua esposa e sente que traiu não um corpo, uma mulher ou um pacto, mas traiu a sí, ao amor, aos filhos, ao seu histórico e a uma série de outras coisas.

Quando o adolescente começa sua, triste, fase de mentir para os pais e inicia sua vida nas drogas e no crime, lançando ao abismo a confiança, o respeito, e a credibilidade, trocando por migalhas um tempo preciosíssimo. Pérolas que já eram.

Vários são os exemplos, não vou rezar a ladainha, cada um que se examine e veja por sí.

O evangelho me ensina que: mesmo com o perdão de DEUS , não se pode afirmar que as coisas voltarão a ser como sempre foram. Deus não altera o tempo espaço, ELE me perdoa,  cabe a mim no entanto responder e arcar com os desdobramentos de minhas escolhas.

Mais uma vez eu alerto sobre as pérolas, não só como quem alerta acerca de cães e porcos, alerto sobre as pérolas que devo guardar e proteger em minha vida, inclusive proteger contra a minha própria ignorância, ânsia, descuido…..

Analise e veja bem as pérolas que deve conservar.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

MANIA DE GUARDA COSTAS

AS MILÍCIAS QUE SE LEVANTAM EM NOME DE DEUS.

Hoje eu fui ler minhas mensagens no Orkut, e entre as tantas, acabei me deparando com uma que era um pedido, não qualquer pedido mas uma verdadeira convocação, uma forma de arregimentar várias pessoas para que, em defesa de Jesus,  denunciassem um certa comunidade intitulada: “ Jesus devia ter apanhado mais”.

Se tal pedido me tivesse sido enviado há alguns anos, eu teria, de imediato, ido à tal comunidade e denunciado a coisa toda; não só isso, eu teria espalhado para meus amigos e tudo mais…

Hoje em dia minha visão é outra, não acredito mais que seja minha missão defender, proteger ou vingar DEUS,  não acredito mais que seja minha tarefa ser o bodyguard, o yojimbo o leão de chácara de Jesus. Primeiramente, pelo fato de que o próprio evangelho nos ensina, em Cristo, que DEUS não precisa de ajuda para se defender,ou para coisa alguma, haja visto o fato de DEUS ser DEUS e de praticamente poder fazer oque ELE bem quiser e pronto. Segundo, pela razão de que o evangelho é chamado de misericórdia e não de discórdia, de reconciliação e não de intriga, ou seja, quem é do evangelho não perde tempo com marchas, levantes, motins ou passeatas.

Quem assim decide agir é como quem está cortando a orelha do servo do sumo sacerdote, numa das cenas mais fortes do evangelho, uma vez que Cristo repreende a Pedro e cura o servo mono-orelha(risos).

No evangelho só existe regime belicoso comigo mesmo. E mesmo assim, não na perspectiva de me fazer mal,  mas na guerra de resistência e de cura de todo o meu ser, me matando naquilo que me mata, me amputando naquilo que atrapalha e me aleijando de modo que eu possa andar melhor.

Evangelho é paz, silêncio, via de auto-conhecimento, caminho estreito com Cristo e desistência de tudo que eu acho que sou, tudo que acho que seja meu e do meu direito. O evangelho me chama a desistir das coisas, inclusive da prerrogativa de defender qualquer que seja a idéia; não há debate no evangelho, nem meta, nem nada cause divisão.

Entretanto, a despeito do evangelho ser vereda de pacificação do ser, há um espirito iracundo que tem tomado os corações das pessoas, principalmente quando o assunto é religião. Não é de hoje que a violência é usada em nome de DEUS. Quanta desgraça não foi produzida na babaquice, megalomaníaca, humana de achar que se pode defender DEUS.

Pedro usou uma espada, aliás coisa comum na época, mas hoje só não se usa mais de espada pois seria culturalmente errado, e legalmente inaceitável,  se não fosse assim muita gente ainda usaria violência física em nome de Jesus. O ponto principalmente não é como se faz a violência e sim a violência, seja com espada, canivete, papel , blog, orkut, tv, rádio, palavras, cenas…

A violência apenas se tornou mais furtiva, mais elaborada, mais polida, contudo não deixou de existir.

Quem nasceu com a sina de fazer algo por DEUS deve procurar a DEUS nas pessoas, cumprindo o:

Vinde, benditos de meu Pai, e tomai posse do reino que vos foi preparado desde o começo do mundo; porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; fui hóspede e me recolhestes; estive me me cobristes; estive enfermo e me visitastes; estive preso e me fostes ver. "Responder-lhe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos hóspede e te recolhemos, ou nu, e te vestimos, enfermo ou preso e te fomos visitar? "O rei lhes responderá: Na verdade vos digo, todas as vezes que fizestes isso a um dos meus mais pequeninos irmãos, foi a mim que o fizestes.

Defenda DEUS da fome, sede, solidão, frio, doença e tantas outras situações de necessidade, faça como a Madre Teresa de Calcutá dizia ser nossa missão matar a sede de Cristo na cruz dando água ao seus filhos.

Como um último argumento contra o reacionismo em nome de DEUS há a lição que Cristo ensinou quando foi crucificado e suspirou: “Pai perdoa-os, eles não sabem o que fazem”. E realmente, se as pessoas de fato soubessem quem é Jesus e o conhecessem não diriam coisas ofensivas a respeito de Cristo, ou fariam qualquer outro tipo de violência.

Não se candidate à vaga de guarda costas de DEUS; Ele tem costas largas demais.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

DESVENTURADO BEM-AVENTURADO QUE SOU !!!

SALMOS 1 -Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

Eu sempre achei legal ler esse trecho da Bíblia, principalmente, pelo fato de que na minha visão: eu era o homem bem-aventurado, e que portando não me deixava levar pelos ímpios, nem me orientava pelos pecadores , muito menos era alvo dos escarnecedores. Eu era o filho, bem aventurado, de Deus .

Muito tempo depois, a graça divina começou a temperar minha vida e então pude ver, mais claramente, o quanto eu me fizera um fariseu em nome de Deus.

Consegui vislumbrar que não existiam fronteiras de santidade a serem confrontadas fora de mim. Ainda mais quando esta comparação fosse feita tendo o meu próximo como paradigma.

A bem aventurança, antes de tudo, é uma consciência, um espírito, um ânimo e uma declaração de guerra à minha zona de conforto criada pela minha noção de pseudo santidade.

Implicando no fato de que não sou melhor e nem pior do que ninguém; e provém, dessa inviabilidade de me comparar com os outros, a capacidade de realizar as comparações, em graça, o velho com o novo homem, logo, é exercício íntimo entre eu, mim mesmo e DEUS.

É safra de arrependimento, hora de metanóia, e para os que pensam que isso deságua num oceano de angustias e inaceitações; não poderiam estar mais distantes da verdade. O fruto é paz, profunda e singela paz, sono tranquilo, amor imotivado, ilimitado e sem causa e efeito...hinos que agora ressoam e entoam no coração uma linda e única adoração espontânea.

Sede de se tornar um ser melhor, vontade mudar, alegria em ver o bem e tristeza em ver o mal, o coração se amolece e chega quase a evaporar com uma nova habilidade chamada: misericórdia e perdão. Quanto mais agente entra no turbilhão de se sentir perdoado, mais agente ama quem nos perdoou e mais podemos perdoar os outros. Num ciclo virtuoso e cheio de graça, verdade e glória.

A bem aventurança nunca foi uma postura, uma seqüência de comportamentos ou uma moral religiosa; graças a DEUS. Bem-aventurança não é coisa a ser conquistada muscularmente, ou forçosamente pela mente humana, pois fazer isso é coisa vazia, mas a bem aventurança é o desejo de cura, a vontade latente de abandonar vícios e uma série de outras decisões que me impulsionam para a verdade e a vida.

Quem se acha um bem aventurado, por ocasião de seus méritos próprios, é um doente que se considera são !

A bem aventurança de Salmos é uma porta aberta a todos, indiscriminadamente, desde que o ser seja capaz de reconhecer, pela graça, sua condição de carência.

O evangelho é colírio para os desventurados que querem ser bem aventurados no caminho da vida.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

NÃO PODE !!!

O DILEMA DO PERMITIDO E DO PROIBIDO.

Constantemente eu me vejo em situações, discussões, e-mails e fóruns em que a temática é a do permitido e proibido. Quando esse tipo de argumentação passa para o lado da religiosidade aí sim o tema se torna: exaustivo, belicoso e partidário. A tal ponto que, até hoje, poucas foram as pessoas que conheci ao longo da vida que tinham uma idéia mais ou menos clara sobre o assunto.

A começar pelo fato de que um grande contingente de pessoas se situa na faixa das opiniões extremas. Sim, um número absurdo de seres humanos crê: na radicalidade da proibição ou na da permissão.

Se é verdade que a virtude se situa no meio, então, uma segunda pergunta emerge: onde fica o meio ?

Ou seja, onde posso localizar a faixa de segurança entre o permitido e o proibido e seus respectivos extremos ?

A medida de cada pessoa é única. Não há como um grupo, líder, religião, opinião ou qualquer coisa do tipo servir de base e medida para todo o resto do planeta. Basta observar que as realidades, culturas e necessidades mudam tanto quanto se pode mudar, logo, não há como se estabelecer uma régua universal.

Nesse ponto, o evangelho é de uma beleza tremenda; Ele não me dá tudo pronto, não codifica, lista ou faz planilhas do que eu devo ou não fazer, diferentemente, do  que muitos prosseguem ensinando e pregando, o evangelho me chama ao desafio diário de pensar e balizar todo o meu ser, num exercício infinito de reflexão, comparação e decisão das atitudes, pensamentos, sentimentos e modos de se enxergar a vida.

O evangelho não empurra goela abaixo uma legislação pronta e universal, muito longe disso, o evangelho é uma forma de interpretar tudo a minha volta, e principalmente, uma nova maneira de organizar e administrar tudo dentro de mim mesmo.

E o juiz, medida, guia, mapa, gps, google earth do caminho em que se deve andar é o coração. Portanto, a minha escolha deve ser feita iluminada pela minha consciência renovada pelo evangelho; e feita de um modo onde todo pecado, engodo ,erro é antes de mais nada tudo aquilo que me faça mal como ser humano. Seja um tipo de comportamento, opinião, história…

Quantas coisas em nós precisam ser mudadas, quanta escuridão ainda existe dentro de nós…

Que chega a ser hilária a preocupação de muitos com coisas pequenas, exteriores e sem implicação prática para a vida. Falo de modo genérico sobre as tantas pessoinhas que vivem cativas de: modo de vestir, músicas que podem ouvir, comidas que podem comer, lugares que podem freqüentar e tudo mais.

E em meio a esse panorama de dominação, culpa e afastamento de Deus há os coraçõezinhos aflitos dos dominados, dos simples, dos pequenos escravizados. Gente que perde o sono porque ouviu a sua música preferida( e por coincidência ou não a tal música não era religiosa), ou mesmo o casal que passa meses em austero jejum de carícias e intimidades pelo fato de acharem culpados perante DEUS. Os exemplos são vastos.

Não foi por acaso que desde o início da igreja na terra o tema da permissibilidade tenha sido acalorado, e daí o motivo de Paulo ter deixado em Romanos 14 a seguinte lição: “Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado.” Mais do que claro.

Em síntese: Quanto mais próximo de DEUS e confiante for o coração, quanto mais fé e amor, quanto maior a paz e a consciência em DEUS de quem se é, mais liberdade há. Quem vive preso a dietas religiosas desse tipo se encaixa perfeitamente no texto de Colossenses 2:16-23 .
16 Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados,
17 porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.
18 Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos, baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal,
19 e não retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus.
20 Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças:
21 não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquilo outro,
22 segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem.
23 Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade.

Não se sinta coagido a viver: ouvindo, comendo, vestindo e existindo somente para as ditas coisas santas. Aproveite a vida e viva!

Ouça as músicas de que goste, come oque te der vontade, vista oque quiser….

Pois o evangelho é um caminho novo a todo dia, é um espelho que me mostra, em graça, tudo que em mim destoa de Jesus Cristo, não havendo motivos para que eu tenha de me guiar por vãs doutrinas ou pela palavra de terceiros. A despeito do que digam o evangelho é coisa para homens e mulheres responsáveis, que assumem seus erros e que decidem mudar.

Da dureza de coração para a ternura, da vingança para o perdão, da inércia para a ação, da falta de amor para o amor incondicional, da falta de esperança para a esperança eterna e muito, muito mais…

De fato, o evangelho é o : PODE !

A religiosidade é o : NÃO PODE

sábado, 28 de agosto de 2010

OQUE É. É !

box

A SEGURANÇA DE UM CORAÇÃO PACIFICADO.

Eu fico cada vez mais abismado com o nível de insegurança das pessoas. Insegurança física, emocional, psíquica, relacional, conjugal e tudo quanto possa existir aí há insegurança.

Um dia desses eu estava pensando sobre como os relacionamentos se tornaram frágeis e  baseados em coisas superficiais. A exemplo de milhares de pessoas que juram que amam alguém pelo tipo de musica que ouve, tipo de roupa que veste, bom gosto para comida e coisas do tipo. Como se a pessoa amada fosse um objeto, um plano, uma ideologia, qualquer coisa; menos uma pessoa.

Pessoas se tornaram grifes. Sim cada vez mais eu vejo um ácido descendo dos céus, diluindo todo tipo de pessoa, ser ou coisa e fazendo de tudo uma panacéia só, um caldo cheio de tudo e repleto de nada.

De repente tudo se resume em texturas, gostos, cores, formas…

E nesse caldo todo, tudo é tão diferente e tão igual ao mesmo tempo. Há um nervosismo sistêmico em ser diferente, mas não ser diferente demais para não sair do socialmente aceitável e nem ser igual demais pelo fato de isso ser socialmente inaceitável também.

Todo mundo se sente inseguro e todos querem ser alguém, mas na busca pelo ser alguém esquecem-se do alguém que sempre foram, suicidam-se todos os dias aos poucos, consomem o seu verdadeiro eu, usam a verdade de sí mesmo como combustível para tentar fazer viver um FRANKSTEIN socialmente viável.

O eu não mais se remete a um ser, existente, completo, complexo e cheio de recônditos a serem descobertos ou experiências a serem vividas. O eu não existe.

Oque importa não é o ser e sim o ser visto. Ser visto num bom emprego, boas roupas, bons restaurantes, boa musica, bom carro, sucesso, sexo, fama, poder e um turbilhão de outras coisas mais.

De repente e não mais do que de repente,( risos) até o evangelho entrou nesse pacotão e deixou , lógico, de ser evangelho. Virou zévagelho, moneygelho, sucegelho, sexgelho qualquergelho, anygelho.

De modo que é mais fácil escolher um restaurante numa praça de alimentação do que um evangelho que te agrade.

Mas nada disso altera ou atenta contra a verdade do ser. Nada!

Oque é, é e pronto.

Evangelho sempre foi e sempre será um só, não importa oque digam, o evangelho não se vende e não prostitui.

Não importa o quanto você se esforce para tentar criar uma versão mais aceitável de você para os outros, você é quem sempre foi. Não há versão sua de maior sucesso do que a autêntica. E a verdade sobre o nosso eu verdadeiro só aparece quando eu, em DEUS, me aceito e me perdôo, desistindo de comprar, merecer ou negociar o meu perdão. Não há caminho para a paz que não passe pela guerra que você terá de travar contra você mesmo. Guerra que envolve aceitar as besteiras que você fez, aprender mas não se deixar apreender por elas. Guerra que se trava deixando as glórias do passado no passado e não viver num esforço hercúleo de tentar reviver os dias mortos. Guerra de se abraçar e se beijar e se envolver consigo mesmo.

O segundo passo é a guerra da segurança da minha pessoa frente a minha alteridade. Ou seja, a paz de quem eu sou pra mim já foi atingida, agora parto para a paz de quem eu sou para os outros.

Nesse aspecto vale ressaltar que as incertezas de amor, aceitação e pertencimento devem cair por terra. Aqui eu encontro o amor de quem já morreu, não sinto, mas sei que sou amado.Não há mais a dependência de palavras e constantes manutenções de sentimentos. Não há mais a cativeiro da repetição e da constante necessidade de lembrar ou ser lembrado de quem se ama ou a quem se ama. Ama-se e nada mais.

Tudo amadurece, tudo assume formas mais robustas e tranquilas. Começa-se a entender que a vida, o amor, a paz e tranqüilidade são substâncias mais fortes e resilientes do que se pensava.

Quando a paz de quem eu sou começa a expandir terreno dentro de mim o resultado é fantástico.

A distância não importa mais, o tempo não importa mais e as memórias se tornam não apenas fósseis de momentos, mas confirmações de que os momentos continuam vivos em forma de certeza no coração. Não é mais a memória do riso, do amor, da saudade e de nada mais que me traz ao coração o sentimento de que aquelas coisas existiram. Existe agora uma rocha de certeza.

Mesmo que apagassem a memória, queimassem as provas e tudo testificasse contrariamente, ainda assim teria a singeleza de saber que tudo aconteceu, e que dentro de mim nada mudou. Essa paz não se conquista do nada, envolve um trabalho que dura a vida toda, mas que vale pra toda a vida.

Eu te desafio a tomar a trilha da paz interior. E chegar a amar em todo terreno e todo tempo, e a fazer surgir monumentos de paz construídos num alicerce de rocha.

Vamos lá, desista de ser alguém, desista de suas dúvidas, desista de suas fragilidades.

A dúvida não existe, está no nada, é ambígua.

Oque é. É !

terça-feira, 17 de agosto de 2010

LAMBENDO O FRUTO PROIBIDO

AS PROIBIÇÕES E O JEITINHOS DE FAZER TUDO MENOS PROIBIDO

Olhe, mas não toque.Toque,mas não prove. Prove, mas não engula.

A vida é cheia de oportunidades e momentos, e se é verdade que: “ quem sabe faz a hora”, então o segredo para viver de modo sábio é, antes de tudo,  poder  discernir o tempo e o modo.

No éden não havia perigo que não fosse a árvore proibida, não havia tentação que não fosse a árvore, não havia limite que não fosse a  árvore, tudo era a árvore e a árvore não era nada…

E na cabeça de Eva e de Adão só havia a árvore.

Interessante que eles tinham a missão de cultivar e zelar pelo jardim do éden, mas e da árvore ?

O contato com o objeto dos seus desejos foi, sem dúvida alguma, um ponto de partida para que a mente do primeiro casal começasse a se encher com  “ E SE …” e a curiosidade somada a um comportamento de “fazer-se de besta” acabou tendo como consequência o fim das férias eternas no resort de DEUS na Terra.

Saber diferenciar, entender o tempo, o modo, obrigatoriamente, passa pelo exercício de auto- conhecimento. Não há como se entender as manifestações externas se antes não se compreende os impulsos externos; é como quem quer saber do movimento de um carro sem antes olhar o motor.

Discernir o modo e o tempo é a tarefa humana mais necessária a uma boa vida, entrementes seja a mais ignorada de todas, é sem dúvida alguma um divisor de águas na vida de uma pessoa. É oque diferencia o sábio do tolo, o bem sucedido do fracassado, o calmo do afobado, o manso do raivoso e a lista continua.

O perigo, no entanto, mora nas produções mentais e pensamentos que se tem nos momentos de decisão, ou seja, oque passa pela mente quando se tem que discernir o tempo e o modo. Nesses momentos somos levados a considerar e conceder: pequenos carinhos, leves mudanças de planos, sutis concessões, desvios mínimos…

É aí que a dieta vai por água abaixo, que o relacionamento chega a um fim, que as contas perdem o controle, que a fibra moral fica flácida e, principalmente, é quando nos tornamos os algozes de nós mesmos. Inventamos teorias, desculpas, histórias e estórias que visam uma só coisa: nos aliviar o peso das consequências de nossas escolhas.

Quem a tudo discerne, e em discernindo tudo se concede: atalhos, facilidades, indulgências e mimos está fadado a perder para sí mesmo por toda a vida.

Com o pecado não é diferente !

Pecado é tudo que me faz mal, tudo que me diminui como ser humano, tudo que me tira do meu propósito, tudo que afeta ao meu próximo negativamente, tudo que me torne menos parecido comigo mesmo. De modo que há pecados e pecados e oque para uma pessoa é  uma tentação irresistível para outra é uma balela. Sendo assim, cabe a cada um: parar, refletir , identificar as áreas da vida com maior dificuldade, buscar a origem/ explicação disso, tratar o problema e não dar à doença colher de sopa. Semelhantemente às moléstias do corpo, quem sofre na alma ou no espírito tem de se tratar e levar a sério o tratamento. Ou você costuma ser bonzinho com vírus, bactérias e fungos que te ameaçam a vida ?

Não pense que você será capaz de parar o processo pelo meio. Não há caminho de volta para o:Olhe, mas não toque.Toque,mas não prove. Prove, mas não engula. Quem olha já o faz ciente de que prosseguirá.

Um abismo chama outro abismo, não é mesmo ?!

Escolhas bobas costumam ter consequências sérias.

Não lamba o fruto proibido.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

PISAMOS NO ORKUT

PISEI 2

GALERA, O PISEI NO BLOG INICIA UMA NOVA FASE EM SUA EXISTÊNCIA.  AGORA É POSSÍVEL MAIOR INTERATIVIDADE ENTRE OS MEMBROS DO BLOG ATRAVES DA COMUNIDADE NO ORKUT.

SE VOCÊ POSSUI CONTA NESTA REDE SOCIAL, BASTA ACESSAR O LINK : http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=104987350

E SE TORNAR MEMBRO DA COMUNIDADE DO BLOG NO ORKUT.

SERÁ POSSÍVEL DISCUTIR OS TEXTOS, CONHENCER OS LEITORES  DOS BLOGS E FAZER ENQUENTES COM O FIM DE MELHORARMOS CADA VEZ MAIS O PISEI NO BLOG.

VOCÊ QUE JÁ PISOU NO BLOG VENHA PISAR O ORKUT TAMBÉM.

UM GRANDE ABRAÇO.

domingo, 1 de agosto de 2010

PAIS E FILHOS

UMA PALAVRA AOS PAIS E AOS FILHOS.

Primeiramente, quero pedir desculpas aos meus leitores.  Nas ultimas semanas não coloquei nada de novo no blog e nem sequer dei as caras por aqui. Eu até esbocei alguns textos, me esforcei para tentar produzir algo, mas, infelizmente, nada de bom eu pude escrever. Estava e estou passando por um momento muito bom, porém muito delicado da minha vida; fui aprovado em um concurso público e estou prestes a mudar de cidade, morar totalmente sozinho e uma série de projetos e desafios se estendem ao longo dos dias que virão. Em síntese: apesar de amar o blog, fiquei incapacitado de escrever com sempre escrevo, em verdade, simplicidade e produzindo tudo do fundo do coração. Sorry galera. Chega de conversa e vamos nessa.

Falar de pais e de filhos é no mínimo inspirador. Um tema muito peculiar e cheio de poderes, traumas, memórias, sorrisos, lágrimas e um turbilhão de outras reações e sentimentos. Seja para quem ainda conserva os pais em vida ou para quem, tristemente, já os perdeu.

O elo existente na paternidade é feito de camadas que vão desde a mais bruta, simples e radical de todas as conexões; a conexão biológica, e passa por ramos mais tênues e mais sofisticados, tais como: a filiação psicológica, emotiva, histórica, mental e até mesmo espiritual. De fato existem e pais e pais, alguns legam aos seus filhos apenas o patrimônio genético, pais ausentes, outros conseguem imprimir em sua prole um conteúdo mais denso e profundo alterando-lhes, para bem ou para mal, o conteúdo psíquico. E outros, em número quase inexpressivo na  atualidade, projetam em seus filhos valores e princípios espirituais.

A bíblia nos diz em Efésios 6:1-4: "Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai_os na disciplina e na admoestação do Senhor."

Mas oque seria esse tal honrar ?

Honrar implica trazer ao coração todo tipo de lembrança, sentimento, valor, recordação, aspiração, sonho e qualquer outra espécie de produção humana e remí-la segundo os valores do evangelho. Antes de mais nada, honrar pai e mãe é o exercício de filtrar, dentro da alma, todo conteúdo corrosivo que eu tenha emulado e destilado contra meus pais.

É amar o pai ausente, perdoando-lhe a ausência e aceitando em graça e misericórdia a frieza da relação paternal. É reconciliar o meu pai real com o meu pai segundo oque ele deveria ser, implicando em um esforço de trazer à tona as dificuldades e defeitos do meu pai  e confrontá-las com as expectativas e desejos que eu lançava sobre ele. É saber que apesar de tudo, de todos e de mim… no mínimo o dom da existência eu devo, indiretamente, aos meus pais.

O evangelho nos coloca em uma sinuca de bico, nos pede o impensável, segundo a lei de Moisés, e nos transporta para uma realidade em que aos filhos cabe honrar, aos pais cabe cuidar e tudo isso independe de quão bom ou mal sejam os pais ou os filhos.

No evangelho o pai bêbado é, antes mais nada, pai, mesmo bêbado. No evangelho o filho drogado é , antes mais nada, filho, mesmo drogado.

O amor e o vínculo entre  pais e filhos é um sério indicativo de verdadeira conversão, além de ser um exato medidor do quão próximo de Deus se está.Sendo fato que de nada adianta freqüentar templos, dar esmolas ou mesmo realizar qualquer outra prática em nome de Deus, se antes eu não me relacionar bem com meus pais.

Quem diz amar a Deus e não ama ao seu próximo é mentiroso, segundo o evangelho de João, e quem diz amar a Deus e não ama ao próprio pai ?

Amar não é  somente dar mesada ao pai falido, nem mesmo pagar uma enfermeira para cuidar dos pais velhinhos, nem levar os pais para comer uma pizza no final do do mês. Tais exemplos são bons, porém, na maioria das vezes são maneiras de aliviar a dor na consciência. Egoísmo transvestido de bem. Aliás cada vez mais raros filhos que ajudam ou cuidam dos pais.

As pessoas pensam amar, contudo, amar implica antes de mais nada rever: oque eu penso e como me sinto em relação às minhas figuras paternais. E depois de feita a tal análise, é possível identificar uma série de problemas espirituais e relacionais que envolvem: Deus, nossos pais e nós mesmos. Quem meus pais são e significam pra mim se transmuta, em resumo, em quem Deus é significa pra mim.

De fato eu fui e sou sortudo, meu pai é muito bom e eu ficaria muito feliz e me parecer com ele, atingir oque ele atingiu, me tornar oque ele tornou. Ter um pai bom ajuda em muito o exercício de amor, fé e observância do comando de honrá-lo, entretanto, mesmo que ele fosse: violento, viciado, fracassado, distante ou qualquer outra coisa, quem quer seguir o evangelho deve antes se acertar com seu pai terreno, afim de que o pai celestial também se acerte conosco.

Repense sua postura em relação aos seus pais, mude se for preciso. Não deixe que nada estrague o amor que pode existir entre pais e filhos.

domingo, 4 de julho de 2010

SE ENXERGUE

A MIOPIA DO SER.

Uma das coisas que costuma vir à minha mente é a falta de percepção da realidade. Não somente do ponto de vista da realidade externa, como por exemplo: o modo como os olhos podem ficar treinados em ignorar mendigos, passar reto por pedintes,  sujeira,  desorganização. Há, no entanto, uma miopia que ataca por dentro, que cega a capacidade de se auto-enxergar. Uma moléstia que castiga os olhos da alma e causa um mal por vezes irreparável. 

Eu usei óculos dos meus 9 anos de idade até os meus 25, e nesse período eu quebrei, sumi, trinquei, rachei; e fiz tudo que um juicer walita pode fazer com meus óculos, de modo que meu pai uma vez me fez dar mais valor ao meus óculos me deixando sem óculos por mais ou menos 1 ano.

Interessante é que nos 2 primeiros meses eu senti falta dos meus óculos, mas então algo surpreendente me ocorreu: aprendi a viver sem os óculos, me domestiquei a vida míope.

Eu não conseguia ler placas, sinais, ver rostos, assistir filme legendado nem nada que demandasse uma vista acurada, contudo, de certa forma eu me acostumei com a vida de uma vista parcial e desfocada. Fui míope e com astigmatismo leve.

Tudo mudou quando o castigo passou e eu novamente fui agraciado com novos óculos. Caracas, que mudança, que maravilha, tudo tendo mais forma, mais nitidez, podia ler letras miúdas e reconhecer conhecidos nas ruas…

Podia ir ao cinema e assistir filmes com legenda.

Eu reconheci que deixei de ver muuuuita coisa ao longo daquele um ano, e me doeu o fato de eu ter dado pouco valor a uma visão perfeita. A visão biológica é mais fácil de ser tratada do que a da alma. Para sarar um míope bastam lentes, entretanto a mesma lógica não se aplica ao coração. Eu procurei ajuda médica e cirúrgica para a  minha visão no ano passado e desde então enxergo perfeitamente.

Mas eu tenho de reconhecer que meu coração precisa de lentes novas, que minha alma está cega para uma porção de coisas…E se você se sente assim também, que bom !

Agente só sabe que tem algo errado com a visão quando entende ou lembra que já enxergou melhor, que o foco não é bem esse, que a cor não está de acordo, que a forma não está tão nítida….

E frequentemente, observando pessoas, lendo a bíblia, assistindo tv, pensando ou mesmo na internet eu eu tenho meus momentos em que consigo ver que algumas áreas na minha vida carecem de serem curadas, com a bíblia principalmente. Quanto mais eu compreendo o evangelho, mais vejo DEUS, mais me dedico com as coisas de DEUS, mais eu percebo que sou a antítese de DEUS, que estou longe da verdade, que muito ainda tem de ser feito.

O perigo está justamente quando não encontramos mais falhas, quando tudo fica repleto de certezas e perfeições. Lúcifer era o soneto da perfeição, e ele sabia disso, mas foi exatamente esse olhar do perfeito vendo sua perfeição que o tornou imperfeito.

Sempre há retoques a serem feitos, opiniões a serem debatidas, tradições a serem quebradas, ritos a serem ignorados. Tudo em nome da pacificação do ser. Sim, quanto mais me enxergo, mais me vejo como um ser em construção, mais sou capaz de me aceitar e de aceitar ao próximo, mais eu me amo e amo o próximo, mais fico em paz comigo mesmo e com os que me rodeiam. O fato é que até DEUS já te aceitou…

Portanto, não leve a vida solta demais e nem regrada demais, nem profana demais e nem santa demais. Nada em demasia é bom !

Marque uma hora com você mesmo e se enxergue.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

SINDROME DE CYCLOPE

A ROTINA DE OLHAR MONOFOCAL.

A síndrome de ciclope, um termo que eu uso para todo tipo de gente que só vê uma coisa, que só observa os fenômenos sob um único aspecto, ou que simplesmente se fechou para o mundo, convencido de que sua  visão é a mais correta, ou melhor, é a única correta. Gente que desenvolveu o mau hábito de ser a palavra final, o dono da verdade, o oráculo de DEUS na Terra.

E muito além dos que se viciaram na via do olhar de ciclope, sob a modalidade: minha visão é a única certa, há os que decidiram guiar a vida olhando para um só ponto, vendo e se maravilhando dia-a-dia com a novidade da repetição.

Gente que só pensa em dinheiro, em igreja, em sexo, em futebol, em computador, em trabalhar, em beleza, em televisão….

Não importa o foco, desde que o foco seja único e que exclua a vista de outras áreas, objetivos, facetas ou enigmas da vida já existe aí instalada a estupidez da síndrome de ciclope. E é interessante notar que o ciclope não é uma invenção exclusiva dos gregos, muitos outros povos também usaram a figura mítica do ciclope, contudo, algo une os ciclopes ao redor do mundo, ( ciclopes do mundo todo, uní-vos , risos) e brincadeiras à parte, o cyclope guarda o significado em comum: um ser que só olha para uma coisa, que não dialoga, solitário, bestial, arrogante e incapaz de se questionar.

Oque mais existe no mundo, depois de duplas sertanejas, bradesco e igrejas são pessoas cyclopes.

Verdade. Quantas vezes você não passou pela experiência de encontrar aquelas pessoas chatas que só falam de um único assunto ?

Quantas vezes desistiu de conversar sobre um determinado tema ou opinião pois a outra pessoa não aceitava ser questionava, e pior, quantas vezes você foi o chato e o cabeça dura ?

Há livro de apocalipse  a narrativa sobre um ser cheio de olhos, eu o acho muito interessante, principalmente pelo fato dele ser um paradoxo, uma anti-matéria, a kryptonita do cyclope. Esse ser tem olhos pra tudo, consegue ver tudo, é capaz de focar em várias coisas e não se perder, não se achar em risco, não se sentir diminuído..

A nossa vida deve ser encarada de modo multifacetário, plural e dialético, abrindo espaço para que tudo que em nós se instale seja testado pela verdade, para que possamos aprender, melhorar e progredir na caminhada da vida.

Olhos para sí mesmo e para o próximo, olhos para a beleza e a feiura, olhos para a paz e para a guerra, olhos para a possibilidade e a oportunidade…

Fazendo da nossa existência uma experiência plena, inovadora, objetiva, cheia de graça e de  verdade.

Afinal, DEUS fez o homem com dois olhos.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

UM CULTO INESQUECÍVEL

A CATEDRAL PLANETÁRIA.

Não é de hoje que eu sou um apaixonado, amante e observador da natureza. E devo admitir que, quanto mais eu aprendo sobre o mundo natural, mais vejo DEUS, e quanto mais vejo DEUS mais amo o mundo natural. E nesse ciclo virtuoso, eu  fui agraciado por diversas vezes com: vistas de tirar o fôlego, águas cristalinas, pássaros das mais diversas, cores, tamanhos e cantos…

De modo que não caberia nesse blog todas as maravilhas que já tive o privilégio de presenciar.

Ultimamente tenho ido com freqüência ao rio Paraguai, seja para pescar, remar ou simplesmente observar a grandiosa glória de DEUS.

Pode soar como heresia, mas, eu me sinto muito mais em comunhão com DEUS no meio da natureza do que num banco de igreja. Nada contra os cultos. O fato é que o silêncio, a calma e a perceptível presença de DEUS me são mais prazerosas no ambiente natural, do que nos templos.

No meio do rio, em cima de uma montanha, caminhando no mato, nadando no mar …seja qual for o ambiente, é delicioso ouvir o louvor do silêncio e ser confrontado com a verdade de que eu não sou nada, de que eu não tenho todas as respostas, de que sou finito, fraco e totalmente dependente da graça e misericórdia de DEUS.

Uma consciência de união, com as criaturas que me rodeiam, se concretiza, e aprendo com os pássaros, que do mesmo modo que eu, dependem da misericordiosa mão divina para se alimentar.

Nos cultos feitos na catedral da criação, as pregações não tem início , meio e fim, nada está preso a sincronias, regulamentos, normas ou rituais. De repente no meio do culto, há morte, vida, celebração, sangue e água…

Numa liturgia insana aos religiosos, mas que a despeito de sua falta de metodologia, torna tudo  mais fácil, claro e simples…

Os luxos perdem o sentido e adquirem um ar cômico, as metas de sucesso se transvestem de possibilidades e deixam de lado o ar de obrigatoriedade. Tudo fica mais cheio de vida e luz, como se um véu caísse e os olhos pudessem ver, claramente, oque antes estava oculto bem na minha cara.

Um sentimento de gratidão a DEUS,  de arrombo enche o nosso peito, e com a mesma violência nos deixa leves, serenos, por alguns minutos sábios. Fica mais fácil compreender a felicidade de um pescador, a paz de um rancho rústico e o amor de mãe por sua cria.

Aliás, se eu pudesse dar um conselho ou um ordem, na condição de líder de alguma coisa, eu com certeza diria:

- Sem cultos, reuniões, convenções e qualquer coisa do tipo ! Cada um que ache um lugar de silêncio na natureza e faça ali seu próprio culto.

O homem não precisa de tanta pregação, tanta música, tanta responsabilidade, tanta cobrança. O evangelho de repente ficou com cara sisuda. Eu vejo tanta gente, dentro e fora dos templos, dizendo que está cansada, abatida, ferida… e em contrapartida, vivem pregando o DEUS que dá descanso, a paz que excede todo entendimento, confiar em DEUS e bla, bla, bla …

Gente triste, longe de DEUS, da vida, do amor, da paz, da verdade… correndo atrás do vento, chamando de paz um ritmo perigoso de vida, acariciando monstros de estimação, chamados: segurança, emprego, sucesso, bens, ministérios, cargos…Eu cada vez me entrego às sutilezas do sermão do monte, da palavra do lírio e dos pardais, cada vez mais congrego junto das plantas, da água, do vento, dos insetos e dos animais.

Ouvindo uma pregação muda, silenciosa, pessoal, profunda e cheia de vida.

Em uma igreja onde cada culto é inesquecível.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

UM CONTRATO COM DEUS

 

A ILUSÃO DE QUEM ASSINA CONTRATOS COM DEUS.

Lendo os capítulos 7,8 e 9 do livro de Neemias, o mestre de obras de Deus,  um fato que me saltou aos olhos foi o do contrato solene celebrado entre o povo de Israel e Deus.

Cabe relembrar que Neemias estava quase no fim de completar a obra de restauração da cidade e dos muros de Jerusalém, e que o povo estava passando por um momento muito peculiar de quebrantamento e vontade de mudar de vida.

O livro de Neemias conta que o povo ouviu os seus líderes religiosos lerem a lei de Deus durante 3 horas seguidas, e logo após isso ouviram um pronunciamento que de modo sintético resumia a história de Israel até aquele dado momento, então fizeram confissões e orações de arrependimento por mais 3 horas.

A ladainha era sempre a mesma: Deus abençoava Israel, Israel se esquecia de DEUS e pecava, Israel entrava em período de dificuldade, Israel se arrependia, então DEUS resgatava Israel dos dias de pitanga e o ciclo se reiniciava mais uma vez e mais uma vez e assim por diante.

O interessante é que mesmo após a remissiva histórica narrada ao povo, não houve a manifestação do bom senso, ou seja, eles repetiram o erro de seus antepassados mais uma vez.

Em lugar de reconhecerem que Israel necessitaria constantemente da misericórdia  de DEUS, os israelitas entenderam, que haviam, supostamente, aprendido com o exemplo dos antigos e que doravante não mais cairiam no ciclo vicioso: misericórdia, benção, pecado, arrependimento, misericórdia…

O povo de Israel surge com um novo mecanismo, uma nova estratégia, que na verdade era velha mas que por ser instrumentalizada de maneira nova, acabava dando ao todo roupagens da diferentes, última moda da estação.

Israel decide que não só fariam voto solene verbal, oral, mas que desta vez usariam de um contrato redigido, um meio físico, tangível que selaria de modo concreto um novo e duradouro relacionamento entre Deus e o seu povo.

O povo de Israel creu, piamente, que o erro dos antepassados foi ter usado de meios orais, tradicionais e que de agora em diante, com a coisa toda amarradinha em um contrato escrito, ahh agora sim, eles não pecariam mais, não mais se esqueceriam de DEUS e tudo ia girar numa roda viva de santidade “ad eternum”.

Como muitas vezes, tolamente, eu e você fizemos juramentos solenes aos céus, prometendo nunca mais fazer isso ou aquilo, jurando que nunca mais repetiríamos um certo ato pecaminoso…

Sim, este post vem fazer frente à todos nós que um dia cremos que: se fizéssemos um contrato mais certinho, mais sério e revestido de formas mais duradouras, poderíamos, daquele momento em diante, andar na linha com DEUS.

Ainda bem que veio a cruz, Deus, fez um contrato com Deus.

Sim a cruz de Cristo é um ato violento que rasgou todos nossos contratos de morte, todas nossa promessas falidas, toda nossa moral sem valor, toda nossa santidade forçada e fingida…

A cruz é o contrato de DEUS para com DEUS, em que DEUS morreu por mim para que DEUS me perdoasse eternamente de todos os pecados de minha existência.

Creio que não seja necessário nem mesmo citar que Israel, fez o contrato e logo em seguida caiu, sim caiu, pois a segurança deles estava neles mesmos.

E até hoje, muito comumente, existem os que repetem a tolice dos dias de Neemias, de fazer contratos com DEUS, de elaborar cláusulas entre nós e o altíssimo, e assim por diante.

Ridículo sob qualquer ponto de vista !

Se o contrato é um instrumento que obriga, compele, força, vincula e restringe as partes a fazerem ou deixarem de fazer uma dada coisa ou ato, logo, não posso fazer contratos com Deus, visto que a DEUS ninguém prende, vincula, obriga, dá ordens….

O Deus de quem faz contratinhos com DEUS é deus pequeno, com d e não D…

Deus que se obriga a cumprir exigências, que perde seu poder, autonomia e onipotência quando vê seu nome escrito num pedaço de papel, numa oração, numa promessa, num jejum…

Afinal, Deus estaria preso aos termos do contrato !

Se eu isso Deus aquilo…

Se oro, rezo, medito, qualquer coisa um certo tanto, então DEUS fica obrigado a me dar isso, a me curar daquilo e a me livrar daquilo outro…

Se Deus é Deus ele não deixará que isso me ocorra..

Quem nunca ouviu frases como as de cima ?

Em síntese: não viva a ilusão de uma relação contratual com o eterno, seja no mínimo humilde e aceite o fato de que, nossa natureza por sí só já nos torna incapazes de cumprir contratos, pactos etc., ´celebrados entre nós e o altíssimo.

Viva a verdade que aceita na cruz a remissão e o perdão de toda dívida, toda condenação, toda promessa que falhou, todo erro, toda culpa, toda esperança que morreu, todo choro que passou, ou seja a cruz é tudo em todos.

E nem mesmo pense que após esse texto você é capaz de fazer um contrato com DEUS, prevendo que nunca mais você fará um contrato com DEUS. Risos.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

UMA PALAVRA AOS CÃES E AOS PORCOS

ENTRE O MILAGRE E A ALQUIMIA.

Em Mateus 7:6, Jesus disse: "Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem."

A despeito do aviso dado por Jesus, muitas pessoas teimam em querer alterar a natureza dos cães e dos porcos. Evidente que Cristo não estava ensinando somente sobre os animais fáticos e reais, não, o mestre estava falando dos cães e dos porcos existenciais; dos seres que vivem presos em corpo de gente, mas que seu interior é cheio de desejo por lama e fome de roer ossos.

Quem nunca ouviu a lamúria de uma mulher traída e mal-tratada pelo marido ?

Ou o conto de um sócio que levou uma baita rasteira nos negócios, foi vítima de um espertalhão …

Gente que acreditou na possibilidade de que um dia o cão deixaria de ser cão e o porco deixaria de ser porco.

Orações inócuas e vazias, vindas de corações aflitos e cheios de dor, feitas de modo a pedir a DEUS que faça a magia de mudar o marido porco, a mulher cadela, o sócio cão, a esposa porca…(Deus não faz magia, faz milagres). No fundo são orações que não discernem um fato muito claro e saliente no evangelho: CRISTO NÃO VEIO PARA APAGAR NOSSOS ERROS E NOS LIVRAR DAS CONTIGÊNCIAS DE NOSSAS MÁS ESCOLHAS !

Claro que a misericórdia de DEUS atinge muitos e muitos lares, pessoas e situações, contudo, nunca houve promessa de que DEUS seria o domador dos porcos e dos cães que nós, conscientemente, trouxemos para o seio das nossas vidas.

No fundo somos dotados do poder de diferenciar entre pessoas, porcos e cães…entretanto, a obstinação que nós aninhamos em nosso coração desafia o bom senso, cega nosso olhar crítico e nos faz agir de modo absurdo.

Como a moça que já havia sido traída pelo namorado, já havia apanhado dele algumas vezes..mas que ludibriada pela magia e não pelo milagre, casa-se com o cão e depois acaba-se em orações, hinos e campanhas espirituais: todo o esforço feito em nome da transmutação do cão em príncipe encantado.

- Jesus, muda meu porco , faz dele um unicórnio branco!

- Deus, muda e transforme minha cadela, por favor, que ela vire uma pessoa..

DEUS NÃO CRIA QUIMERAS !!!!

Não transfira seus erros e sua falta de coragem para DEUS.

Ele mesmo avisou sobre a natureza dos cães e dos porcos, e do perigo que é entregar a estes seres qualquer preciosidade.

Portanto, meus caros e amados leitores, façam um exercício singelo e verdadeiro de analisar dentro dos seus corações todas as preciosidades que DEUS lhe deu, além disso, veja se você tem tomado o cuidado necessário para protegê-las.

Caso você identifique algum suíno ou canino presente em sua vida, tenha o brio de assumir a responsabilidade pela presença dele, e aja ; sim aja no sentido de retirá-lo da sua vida.

Melhor andar sozinho do que com porcos que :” voltando-se, vos dilacerem”

Melhor é a solidão do que a solidariedade de um pit-bull.

Pare de fazer as orações vazias e sem sentido, de viver a pedir a DEUS: que faça seu porco e do seu cão um outro ser, em vez disso ore para que DEUS lhe ajude a preservar as suas pérolas e a cuidar bem das suas preciosidades.

E tome como conselho de vida: essa palavra aos cães e aos porcos.