terça-feira, 30 de novembro de 2010

AMOR, UMA QUESTÃO DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA.

O CAMINHO DE AMA A CAUSA.

Hoje, pela noite, comendo em um restaurante com amigos, pude conversar com uma pessoa de muito sucesso profissional, alguém que se destacou em uma instituição gigantesca, sendo catapultado de funções simples e singelas à estratosfera dos escalões mais altos.

Ao longo da conversa meu amigo me disse que começou como um simples ajudante dentro da instituição, contudo, ele ia além em tudo que fazia, inclusive com atos singelos – oferecer um copo d´agua e coisa do tipo-  entretanto, a singeleza dos atos implicou em consequências muito positivas no campo profissional.

Além do carinho e da vontade, a pessoa com quem conversei me demonstrou, que o diferencial que lhe transportou ao sucesso, também estava ligado à boa vontade, iniciativa, coragem e um pouco de loucura misturada com sorte. Acima de tudo, um critério era o fator mais decisivo para o sucesso, falo do senso de comprometimento, o amor à causa, o apego de alma e coração, a crença de que ainda há com que se contribuir, que ainda há espaço para inovações e melhorias, ou seja, uma consciência de que o trabalho, por sí, já é alvo da paixão pela qual se luta.

Não importando salários, condições, tempo, influências…o amor pelo que se faz é um fator determinante que separa os bons dos maus em todos os campos da vida.

Na vida espiritual não pode ser diferente!

Quem ama o evangelho pelo evangelho, prospera, segundo o evangelho.

Quem ama por motivo escuso, estagna, segundo o evangelho.

Não há via, no evangelho, que não seja a de DEUS por DEUS, para DEUS e em DEUS…

Explico, se a motivação de cada pessoa em seguir a Cristo não for o próprio Cristo, então essa motivação não vingará, não lançará raízes profundas e muito menos frutificará. Será paixão de estação, paquera de carnaval, mas nunca um amor pra vida inteira.

Quem caminha no evangelho esperando receber algo, alcançar alguma coisa ou qualquer outro motivo que não seja o motivo de Cristo, ardendo dentro do coração, está fadado a fazer como fez o jovem rico, citado no evangelho, entristecer, decair o semblante e virar as costa para o mestre.

Quem está no evangelho por mero medo de ir para o inferno, para alcançar bênçãos, enriquecer, ser curado , urge por encontrar o sentido real do evangelho. Cristo.

Diferentemente do meu amigo que cresceu no seu local de trabalho, melhorou de vida e hoje ganha bem mais, no evangelho não existem planos de carreiras, metas, escalões…

Há o sucesso da paz, a conquista da vida, o privilégio do auto conhecimento e o salário da salvação diária…A meritocracia do evangelho é resumida em uma pessoa só: JESUS, pois foi dele todo o Trabalho, dele são todos os louros. E, tudo o que conquisto, conquisto por ele, nele e para ele, sem que para tanto o mérito seja meu.

Na carreira profissional tudo visa um fim. Uma promoção, um prêmio, um aumento, um sonho…

Na carreira espiritual nada é feito com vistas a conquistar, subir, gerar lucros, dividendos e nem vantagens para mim mesmo, antes sou devedor do amor e quando faço o bem cumpro para com o bem impagável o qual já recebi. A reconciliação.

O evangelho em desafia a amar por amar, a servir por amar, a perdoar por ama, a aceitar por amar….

Se há quem ame, ame pelo fato de ter sido amado, se há quem perdoe, faça isso por ter sido perdoado e cure por ter sido curado….

Siga o caminho de quem ama a causa, independentemente das consequências; pois no amor só existe uma causa, o resto é consequência.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

SER , PARECER E FAZER

A DIFERENÇA ENTRE O FAREISEU E O SAMARITANO.

(Lucas 10, 30-37) "Levantou-se um doutor da lei e, para pô-lo à prova, perguntou: Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna? Disse-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como é que lês? Respondeu ele: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, e com todas tuas forças; e teu próximo como a ti mesmo. Falou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isto e viverás. Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Jesus então contou: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram; e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semi-morto. Por acaso descia pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. Igualmente um levita descia pelo mesmo caminho; chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. Passava por ali um samaritano, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; colocou-o sobre o seu próprio animal e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta te pagarei. Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu o doutor: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: Vai, e faze tu o mesmo.

A parábola do bom samaritano é uma lição simples, clara e irrefutável acerca da religiosidade, feita para fora, esquizofrênica e auto-referente e a pureza de quem faz o bem como manifestação do dom de DEUS na TERRA.

O fariseu é o arquétipo da religião que tudo sabe, tudo entende, tudo segue, mas que ignora o fundamento, o princípio a rocha maior que qualquer outra rocha, ou seja, há prática de religiosidade, contudo inexiste verdade nos atos. De que adianta: status, conhecimentos, práticas e aparências se de outro modo o ser se comporta quando o assunto é amor ao próximo ?

O fariseu sou eu !

O fariseu é todo aquele que já olhou pra si e enxergou bondade, santidade, pureza e divindade …

O fariseu sou eu !

O fariseu é aquele que já viu a necessidade e nada fez, que ignorou DEUS no chão, na rua, na pobreza, com sede e com fome, nú, doente e preso… passou ao largo, desviou-se da cena horrenda do sangue, do espancamento, da solidão e da fragilidade humana.

O fariseu sou eu !

Que ignora mas que ora, que não ajuda mas cultua, que não atende mas prega,…

O fariseu é o ícone de toda religiosidade morta e sem efeito. É um resumo de tudo quanto se deve evitar. O fariseu parece, entretanto, não é !

O samaritano não parece, não se sabe santo, nem religioso, nem nada…o samaritano é uma formiga existencial, é o outro, menor, fraco, ignorante, impuro, não salvo e não merecedor de DEUS.

O samaritano no entanto é!

Eu queria ser samaritano…

Andar pelo caminho usando de meus recursos para fazer o bem, inclusive meu dinheiro, meu vinho e meu azeite..

Eu queria ser samaritano..

Andar na consciência simples, pura e burra do evangelho, não que o evangelho seja burro, mas eu sendo burro, desconhecedor, mesmo assim o pratico, pois eu sou evangelho, sou bondade, sou misericórdia e mesmo assim me vislumbro na plena certeza de o fariseu está certo.. eu nada sou e de fato não mereço favor nenhum de DEUS…

Eu queria ser samaritano…

E poder dar sentido a palavra: próximo, sendo o próximo do meu próximo, amando a DEUS e não mentindo no meu amor, pois, amaria a DEUS amando a humanidade e dela me compadecendo, enamorando, pacificando e sendo boa nova viva, todos os dias.

O fariseu faz quando alguém está olhando, toca trombetas para anunciar suas caridades e doações, e a despeito de fazer, faz apenas para aparecer!

O samaritano faz quando não existem olhos, quando não há beleza, no sangue, na isolação do deserto, sem testemunhas, sem créditos, sem sons, sem agradecimentos, sem méritos; faz pela naturalidade com que contempla a vida, faz por que é !

Eu vivo cambaleando entre o farisaísmo e a verdade, mas de uma coisa eu sei: arde, em meu coração, o desejo, que não vem de mim mesmo, de cada vez mais me apaixonar pelas carências de DEUS na Terra. De ser: paz, longanimidade, justiça, amor, misericórdia, paciência….e fazer, agir, ser mais próximo do meu próximo.

Que DEUS tenha piedade de minha vida e me liberte do  parecer, e me faça ser no meu fazer.

Vai, e faze tu o mesmo.

domingo, 21 de novembro de 2010

QUEM NOS SEPARARÁ

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?( ROMANOS 8:35)

O texto de Paulo em Romanos 8 é encorajador e desafiador. Encoraja ao nos convencer de que em CRISTO já somos tudo que DEUS sonhou para nós, nos garantindo que o caminho é traçado no coração do Pai e nosso trabalho é somente andar; não há méritos para quem caminha, visto que o caminho em CRISTO já foi cumprido, basta a convicção, o elo e a consciência de quem em DEUS tudo é !

Desafia ao nos perguntar  acerca da possibilidade de separação entre nós e Cristo. E, diferentemente do que muitos pensam, a pergunta de Paulo não é retórica, a despeito de , aparentemente, carregar uma resposta já formulada.

É fato que a separação entre Deus e nós é impossível, contudo, entre nós e Deus existe sim uma possibilidade. Não foi por acaso que Jesus disse:“Eu sou a videira, vós sois os ramos: Aquele que está em Mim e Eu nele, o mesmo produz muito fruto: Pois sem Mim nada podeis fazer” (João 15:5). Isso deixa claro que a minha conexão com DEUS é feita por uma via de mão  dupla, é simbiótica, conjunta, parceira, e portanto,  encerra em sí um mar de implicações.

Deus pode estar ligado em mim, e eu não estar ligado nele; quando a condição de DEUS estar ligado em nós e de nós nele está satisfeita, aí há muito fruto. É notório que o meu elo com o altíssimo pode evoluir, engrossar, mudar, sazonalizar e sofrer diversas alterações, isso acaba sendo percebido mais cedo ou mais tarde como o efeito “ montanha russa espiritual” .

A pergunta de Paulo ecoa até os dias de hoje e atinge bem em cheio nossos corações, dizendo, martelando, inquirindo diuturnamente: QUEM NOS SEPARARÁ ?

Bobo é quem tenta fugir de tal dilema, aliás, é condição de maturidade espiritual saber responder a essa pergunta, que muda de resposta ao longo do caminho da vida. Em um dado momento somos separados pelos cuidados da vida, dinheiro, cansaço, vaidade, projetos…num outro momento somos assolados pela falta de esperança, pela morte, pela saudade…

Mas, existe um agente separador que é universal !

Sim, universal, contrariando aos antropólogos de plantão, na medida que é ícone comum à todo ser humano; falo do passado.

O homem tem sérios problemas com a temporalidade, com o lidar com os eventos, com a evolução do tempo. Primeiro pelo apego ao passado, nós valorizamos as coisas que para traz ficaram, em vez de abandoná-las, nós fizemos do passado uma ciência e mesmo assim não aprendemos ainda a posicionar o passado no lugar certo, ou seja, no passado.

Muita gente vive de passado, ignoram  a dádiva da vida,  cada dia para tais pessoas é um dia morto, posto que o dia já nasce predestinado a tentar ressuscitar um outro dia que há muito morreu.

Interessante notar que os filhos do tempo acabam sendo pelo tempo devorados, basta lembrar do exemplo de Cronos que tomado de medo de perder o trono,devorava seus próprios filhos a medida em que eles iam nascendo. Quem não domina o passado é devorado por ele.

O passado é figura representativa, é mera nota de rodapé nas páginas de nossa vida, quando muito pode ser usado como índice remissivo, mas assim como um índice remissivo, não deveria carregar poderes, nem afirmações, nem conclusões,mas  apenas nos guiar ,de modo mais metódico, ao longo dos assuntos e capítulos pelos quais um dia passamos ou vivemos.

O passado me aliena, me desorienta, me mata no dia de hoje, me alija  de minhas capacidades e potencialidades de um modo tão profundo que pode ser comparado à sofrer de uma doença degenerativa em constante evolução. Quanto mais do passado vivo, mais o passado me mata.

Seja bom, seja ruim, seja como for, o passado não deveria ser capaz de nos privar de uma vida abundante, cheia de graça, verdade e paz.

Em Cristo tudo é !

O próprio DEUS se identifica como o : EU SOU.

Se nos afirmamos como sendo servos e filhos do DEUS que é, não podemos viver de modo mentiroso cultuando aquilo que já foi, o que passou.

O  amor, poder, paz, graça, libertação, perdão, salvação e tudo mais  de DEUS são para o hoje, dito isso.

Quem nos separará ?