sexta-feira, 12 de junho de 2009

NÃO QUERO SER GAIOLA

 

DENTRO E FORA DAS BARRAS EM NOME DO AMOR. SERÁ ?!

Um dentro e outro fora, um livre e o outro preso e os dois estão apaixonados um pelo outro de um modo tão complicado que , mesmo a despeito das barras resolveram permanecer assim, nessa mutualidade injustiça e carcereira.

O amor é desculpa de muita coisa, entretanto será mesmo o amor a força motriz que leva um sujeito a fazer as coisas que fez ? Papel e som aceitam tudo, você pode escrever e falar oque quiser, entretanto o fato da escrita ou da fala não tornam oque disse verdade. Frases com as palavras: Deus, amor, cuidado, esperança entre outras que nos remetem a sensações e idealizações boas, muito usualmente são ditas em entrevistas de detentos, quem nunca ouviu as seguintes:

Matei por amor, roubei por amor, matei em nome de Deus, se Deus quiser eu ainda,..

Tanta perversidade misturada com amor e Deus. Tudo que seria inescusável, inaceitável em vias normais, usando as palavrinhas magicas citada se torna totalmente certo. Uma coisa é certa uma amor que mata, um Deus que rouba ou coisa do tipo não agem por nobreza, não fazem nada com liberdade e apenas predem.

Todo o dito acima é grosseiro contudo verdadeiro, e quando lido por gente que não chegou a tal ponto ,de cometer estes atos extremos por amor, Deus etc.,.. Agente respira aliviado e se sente melhor do quem o fez.

Agente se sente sarado e maravilhosamente humanos. Memória curta tem a auto-justiça, esquece que já disse amar e era mentira, esquece que se vendeu por  presentes,influencias, momentos, sexo , confundi hormônios com amor e chamou de amor tanta coisa pequena.

Colocou o nome de Deus em tanta coisa, sentimentos, pessoas, covardias, trapaças e brincadeiras que batizamos em nome do divino.

Relacionamentos que só prosseguiam mediante a posse um do outro, ou com regras imutáveis de conduta, com condições e termos de uso, tanta coisa que mistura amor com: contrato, seita, escravidão e preço.

Uma pessoa faz da outra animal de estimação,trata bem e até se gostam muito,e no meio disso tudo uma apropriação sabida um uso conhecido e consentido. Se me quiser será sob o comando dos meus sonhos e das minhas felicidades, se quiser continuar comendo a ração do meu amor e dormindo na casinha da minha sedução, se quiser estes brinquedinhos amorosos chamados de momentos felizes, se quiser brincar e fazer truques com nome de cumplicidade, vai ser a do meu modo e ponto final.

Asas cortadas, vida de gaiola, existência transmutada em bestialidade. A ave que ama o dono e odeia a sua própria vida. Amor que deturpa, amor que deixa o rosto mudado, sorriso pintado, isso é oque verdadeiramente ocorre nestes ambientes. Não era pra ser assim.

O amor deveria ser a maravilha da vida, a eterna celebração da liberdade, o paraíso de todos em solo terreno, deveria ser a melodia da língua ancestral , que a todos une a todos se faz clara e inteligível. Amor pela livre escolha se amar.

O amor que espera lucro não é amor, o amor que condiciona amor não é amor, o amor que se vende não é amor, o amor que determina espaços e momentos não é amor, o amor que suga e come o outro não é amor é vampirismo.

Se alguém te ama pode livremente decidir entre seguir ou ficar, continuar ou parar. O amor pode escolher inclusive não continuar com alguém, para não faze-la escrava e para poder mesmo sem ela, na dor, na solidão, sagrando,.. ver a  quem se ama feliz.

O amor é o transplante do próprio coração, olhar pra tudo e todos e com a frieza necessária ao amor, arrancar da  própria  carne .

Amor e amar podem doer muito, aliás costumam doer muito, sempre uma dor que se aceita por vontade própria , dor que não foi peso do outro, dor que veio e agente segura firme e suporta sabendo que o outro não quis aquilo, ciente de que a vida é feita de sorrisos e choros.

Amar é celebrar a vida numa perspectiva real e do hoje. Amo hoje, vivo hoje , sofro hoje, rio hoje. Amor não pode ser idealização, amor não é feito de hologramas, luzes ou qualquer que seja a artificialidade.

Amor come e bebe, dorme, descansa e precisa de ludismo, amor vive do comer mútuo de corpo, alma e espírito. Agente alimenta um ao outro e  o faz de modo muito natural, sem perceber e muito prazerosamente. Nos tempos da anorexia e da bulimia muita gente tem feito com o amor, vomitado oque comeu ou escolhendo não comer. Matando a vida amorosa, e fazendo suicídio da alma e do coração.

Gente que por aí é chamado de tanta coisa, matador, garanhão, e também os femininos destas classes.

Gente que gasta, investe e vive em função da eterna perseguição de belos fantasmas, gente pra ele é coisa de lenda porque, para ele tudo se resume a formas, modos e momentos ele prefere ser um eterno anatomista. Consumindo tudo. Um buraco negro de futilidade e consumo.

Isso também serve para os que dizem amar a Deus.

Só vejo e falo com Ele nos lugares e horas pré-programadas, só amo se receber oque quero, amo e segredo e ninguém pode saber,…

Isso pode ser tudo menos um relacionamento com Deus.

Amor e Deus são um só, Deus é amor. Condicionando amor você condiciona Deus.

Amor liberta, Deus criou tudo livre e podendo escolher com toda a liberdade. Podendo inclusive escolher não amar o criador e a não agrada-lo.

Amor liberta.

Eu não quero ser gaiola. Também não quero ser bicho.

4 comentários:

Diego Brito disse...

UM POST PRO DIA DOS NAMORADOS

Bárbara disse...

"É um estar preso por vontade; é servir a quem vence o vencedor; é ter por quem nos mata lealdade..."

Unknown disse...

ser prisioneiros de nos mesmos;(

Paula Fernanda Martins disse...

Muito bom!