segunda-feira, 8 de junho de 2009

AUTO VOO DOO

---ASSISTA AO VIDEO ANTES DE LER ----



A cena parece tão real que serve muito bem pra ilustrar oque hoje desejo conversar sobre.


A vida na palma da mão, o boneco, a agulha e o fogo. Um jogo perigoso que todo ser humano com mais de 15 anos já jogou. O voo doo do eu. O funeral da vida. O momento em que o ódio se volta contra a sua fonte, quando a cobra pica o próprio rabo. O momento do botão self-destruction é ativado.

Muitos dos males, dos remorsos, das iras que carregamos, são como fontes artificiais, aqueles enfeites, decorações que tem um ciclo fechado. Derramam, bombeiam e derramam novamente a mesma água. Assim vivemos muitas de nossas decepções.

Sempre ouvimos e repetimos sobre o perdoar os outros. Chega a ser já um repente, coisa de chassi de caminhão, frase de porta de box de banheiro público. Verdade mesmo sobre o perdoar os outros, verdade sobre essa faceta humana de decidir não executar os títulos de crédito, as dívidas, os débitos de um outro humano.
Faz bem perdoar, rasgar aquela sentença de morte contra o outro, perdão é como quem tem um cheque sem fundo na mão e decide não cobra-lo mais. Simples assim, diferente daquela parafernália medieval que diz do esquecimento total do fato, de anular toda dor, todo sentimento negativo.

Isso tudo funciona bem em máquina, mas o coração humano não tem tecla DELETE, o coração humano grava, sente, ressente,..o arquivo está lá. Mas eu decidi perdoar. O cheque existe, a dívida existe, mas eu decido não cobrar mais.

Dito isso, agente chega no ponto mais crítico, o de perdoar os outros, mas e oque fazer quando quem eu odeio sou eu mesmo ?
Como perdoar uma dívida de mim contra eu mesmo ?
Isso agente quase não escuta. Como se perdoar ?, Pois se nós somos capazes de nos fazermos males que podem gerar efeitos infinitamente maiores do que os males feitos por outrem.
O perdão sempre se endereça ao outro, esquecemos de existir pra nós mesmos, essa síndrome de camera-man, de quem só vê outros, de quem esquece que existe, que sente dor, frio, medo e tudo mais. O erro de viver demais pra si mesmo é tão ruim quanto o erro de viver demais para os outros.

No mundo virtual principalmente, muita gente se dissolve tanto, se detrói tanto, que chega a existir quase como um budy poke, a pessoa vira um avatar, um holograma, uma memória de si mesma, e vive muito para outros.
Se os meus semelhantes erram eu tento perdoar, se eu erro eu tento me massacrar.


A vida se torna sentença, pena a ser cumprida em regime totalmente aberto pra fora e perpétuamente fechado pra dentro.

Como na musica do COLD PLAY VIVA LA VIDA,
http://letras.terra.com.br/coldplay/1253930/
a pessoa passa a viver de modo perverso, achando que domina, mas no fundo é dominado, varre as ruas que costumava ser dono. A ilusão do poder auto-destrutivo.
A vida pelo medo, “ the old king is dead, long live the king”, o rei que morre é você mesmo e o novo rei é a falsificação do sentida da vida e da aceitação de si mesmo e dos outros.

Todos precisamos de perdão, todos precisamos perdoar, e principalmente se perdoar.
Se eu não posso me destinar ao meu próprio perdão, como perdoar aos outros ?
Como na mecânica do: seu eu não me amo não posso amar a outros, assim também funciona a mecânica do seu eu não me perdoo como perdoar a outros ?

As vezes eu sinto tanta raiva de coisas que fiz contra mim mesmo, períodos inteiros de vida parecem banais e sem sentido quando olho para os fatos com os olhos do juízo de mim mesmo, mas não há vida de todo perdida, não há vida de todo errada, não há vida de todo sem esperança.

Existe a vida, hoje, vida agora. A vida de antes se foi boa ou ruim já foi. A vida de hoje é.
Devemos ter a inteligência de perdoar aos nossos próprios erros e a prosseguir na vida.
No voo doo a pessoa faz com um boneco que aparenta de a fisionomia de outra e espeta aqui, queima acolá, machuca isso e aquilo. Até a possibilidade de matar dizem ser possível.

Muita gente tem vivido cegamente a espetar um boneco de sua própria semelhança, vive a se mutilar sem conseguir entender como e nem quando faz isso.

Boneco é coisa de criança é alternativa pitoresca de cópia de seres humanos, o tempo dos bonecos já passou, o tempo da infantilidade se foi. Jogue esse seu boneco fora, retire dele as agulhas, os pregos, as palavras de insulto. Ele é só um boneco.

Retire a venda e veja que a despeito da inorganicidde do boneco, você existe, você vive, se relaciona, você bebe, sente fome, você ama e odeia, você não pode ser copiado, nem produzido e série. Você tentou não errar, e mesmo que tivesse tentado errar propositalmente, ainda assim merece perdão, porque você é autor, réu e juiz de si mesmo.
Ninguém mais pode te perdoar de você mesmo. Uma vida condenada não é vida.
Construir jaula como moradia é loucura.

Por isso:

Perdoe-se do dia que riscou o carro. P
Perdoe-se do dia que maltratou a si mesmo.
Perdoe-se por ter sido fraco ou covarde.
Perdoe: a chance perdida, o sonho frustrado, a ignorância e a falta de amor.
Perdoe a tudo que está engasgado.

A melhor escolha é viver em paz consigo mesmo, conseguindo viver na tranquilidade da vizinhança do seu interior.

Enquanto nos aceitamos e fazemos amizade com nós mesmos, o boneco de voo doo se enche de raiva, pois vê seu fim, interpreta facilmente que já era.
O boneco nunca viverá, mas certamente pode te matar. A sua vida é uma certeza, viva pela certeza da vida, viva pela esperança e gratidão de estar vivo. Os mortos não reclamam, não sonham , não projetam, isso é coisa de vivos.

Elimine de dentro de você esse clone maligno, esse cyborgue projetado pra te matar ,(qualquer semelhança com termminator,.,. Deixa pra lá ), acredite, sua vida é viável e necessária.

AUTO VOO DOO.

Coisa que nem carrega em si razão alguma. Uma brincadeira de adultos.
Precisamos e necessitamos de um abraço de nós pra nós mesmos, cheio de arrependimento e perdão, cheio de celebração da vida, com gosto de alegria e cheiro de terra molhada.

Down with the puppets.


2 comentários:

João Paulo Mota disse...

Faz bem perdoar (2) Como voce mesmo disse cara, o perdão ée semelhante a uma divida, se eu te perdoo eu dexo de cobrar, e isso pensando bem, ée uma coisa otima a ser acontecida.. porqe aqilo vce vai esqecer e vai ter qe seguir a diante. Parabens pelo texto.

Unknown disse...

esse foi pra mim neh?????
eu preciso me perdar
deixar de cobrar divdas que nem sao minhas
obrigada pelo post de hj
beijo