domingo, 1 de agosto de 2010

PAIS E FILHOS

UMA PALAVRA AOS PAIS E AOS FILHOS.

Primeiramente, quero pedir desculpas aos meus leitores.  Nas ultimas semanas não coloquei nada de novo no blog e nem sequer dei as caras por aqui. Eu até esbocei alguns textos, me esforcei para tentar produzir algo, mas, infelizmente, nada de bom eu pude escrever. Estava e estou passando por um momento muito bom, porém muito delicado da minha vida; fui aprovado em um concurso público e estou prestes a mudar de cidade, morar totalmente sozinho e uma série de projetos e desafios se estendem ao longo dos dias que virão. Em síntese: apesar de amar o blog, fiquei incapacitado de escrever com sempre escrevo, em verdade, simplicidade e produzindo tudo do fundo do coração. Sorry galera. Chega de conversa e vamos nessa.

Falar de pais e de filhos é no mínimo inspirador. Um tema muito peculiar e cheio de poderes, traumas, memórias, sorrisos, lágrimas e um turbilhão de outras reações e sentimentos. Seja para quem ainda conserva os pais em vida ou para quem, tristemente, já os perdeu.

O elo existente na paternidade é feito de camadas que vão desde a mais bruta, simples e radical de todas as conexões; a conexão biológica, e passa por ramos mais tênues e mais sofisticados, tais como: a filiação psicológica, emotiva, histórica, mental e até mesmo espiritual. De fato existem e pais e pais, alguns legam aos seus filhos apenas o patrimônio genético, pais ausentes, outros conseguem imprimir em sua prole um conteúdo mais denso e profundo alterando-lhes, para bem ou para mal, o conteúdo psíquico. E outros, em número quase inexpressivo na  atualidade, projetam em seus filhos valores e princípios espirituais.

A bíblia nos diz em Efésios 6:1-4: "Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai_os na disciplina e na admoestação do Senhor."

Mas oque seria esse tal honrar ?

Honrar implica trazer ao coração todo tipo de lembrança, sentimento, valor, recordação, aspiração, sonho e qualquer outra espécie de produção humana e remí-la segundo os valores do evangelho. Antes de mais nada, honrar pai e mãe é o exercício de filtrar, dentro da alma, todo conteúdo corrosivo que eu tenha emulado e destilado contra meus pais.

É amar o pai ausente, perdoando-lhe a ausência e aceitando em graça e misericórdia a frieza da relação paternal. É reconciliar o meu pai real com o meu pai segundo oque ele deveria ser, implicando em um esforço de trazer à tona as dificuldades e defeitos do meu pai  e confrontá-las com as expectativas e desejos que eu lançava sobre ele. É saber que apesar de tudo, de todos e de mim… no mínimo o dom da existência eu devo, indiretamente, aos meus pais.

O evangelho nos coloca em uma sinuca de bico, nos pede o impensável, segundo a lei de Moisés, e nos transporta para uma realidade em que aos filhos cabe honrar, aos pais cabe cuidar e tudo isso independe de quão bom ou mal sejam os pais ou os filhos.

No evangelho o pai bêbado é, antes mais nada, pai, mesmo bêbado. No evangelho o filho drogado é , antes mais nada, filho, mesmo drogado.

O amor e o vínculo entre  pais e filhos é um sério indicativo de verdadeira conversão, além de ser um exato medidor do quão próximo de Deus se está.Sendo fato que de nada adianta freqüentar templos, dar esmolas ou mesmo realizar qualquer outra prática em nome de Deus, se antes eu não me relacionar bem com meus pais.

Quem diz amar a Deus e não ama ao seu próximo é mentiroso, segundo o evangelho de João, e quem diz amar a Deus e não ama ao próprio pai ?

Amar não é  somente dar mesada ao pai falido, nem mesmo pagar uma enfermeira para cuidar dos pais velhinhos, nem levar os pais para comer uma pizza no final do do mês. Tais exemplos são bons, porém, na maioria das vezes são maneiras de aliviar a dor na consciência. Egoísmo transvestido de bem. Aliás cada vez mais raros filhos que ajudam ou cuidam dos pais.

As pessoas pensam amar, contudo, amar implica antes de mais nada rever: oque eu penso e como me sinto em relação às minhas figuras paternais. E depois de feita a tal análise, é possível identificar uma série de problemas espirituais e relacionais que envolvem: Deus, nossos pais e nós mesmos. Quem meus pais são e significam pra mim se transmuta, em resumo, em quem Deus é significa pra mim.

De fato eu fui e sou sortudo, meu pai é muito bom e eu ficaria muito feliz e me parecer com ele, atingir oque ele atingiu, me tornar oque ele tornou. Ter um pai bom ajuda em muito o exercício de amor, fé e observância do comando de honrá-lo, entretanto, mesmo que ele fosse: violento, viciado, fracassado, distante ou qualquer outra coisa, quem quer seguir o evangelho deve antes se acertar com seu pai terreno, afim de que o pai celestial também se acerte conosco.

Repense sua postura em relação aos seus pais, mude se for preciso. Não deixe que nada estrague o amor que pode existir entre pais e filhos.

2 comentários:

Talita disse...

OLÁ,
HÁ MUITO TEMPO QUE NÃO PASSO POR AQUI! O TEXTO É ÓTIMO E DESCREVE EXATAMENTE O AMOR INCONDICIONAL ENSINADO POR CRISTO.
"EDUCAÇÃO QUE VEM DE CASA", É A CHAVE!
HONRAR AOS PAIS (ATITUDE DE AMOR)E SER RETRIBUÍDO, É COMUM, MAS HONRÁ-LOS E NÃO RECEBER O ESPERADO RETORNO É PIOR QUE AMAR ALGUÉM QUE NÃO TE "DEVE" ISSO, AFINAL VOCÊ NÃO TEM EXPECTATIVA EM RELAÇÃO À UM ESTRANHO. ME ENTENDE?! A FERIDA É MAIOR E CONTINUAR HONRANDO AO PAI QUE NÃO RETRIBUI MOSTRA O QUE É AMAR REALMENTE.
FIQUE COM DEUS
PARABÉNS PELO TEXTO!

Anônimo disse...

O texto é bom... mas o que estragou foi a imagem de abertura e o video final... principalmente quando há várias referências a Deus e ao evangelho... as ilustrações não tem nada a ver....