segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

UMA PALAVRA SOBRE OS ÚLTIMOS DIAS




O APOCALIPSE, A IGREJA E AS EXPECTATIVAS DE FIM DE ANO.

O ano de 2010 chega ao seu fim, muitas coisas aconteceram, algumas boas outras ruins, mas, de modo geral, sinto que 2010 foi especial, pois, foi para mim um começo de uma nova época na minha vida.

Para os que não sabem, estou de ferias com minha família. Hoje eu conversava com meu pai, estávamos viajando pelo interior de Goiás e falando sobre diversos assuntos, quando ele me interrogou sobre qual a minha opinião sobre o Apocalipse.

E o post de hoje é sobre a tal conversa que eu tive.

O final dos tempos não será um evento anómalo, instantâneo, inesperado e sem previa construção...
Não será do dia para a noite que a igreja será perseguida, nem mesmo os 4 cavaleiros do Apocalipse aparecerão, hollywoodianamente, irrompendo nos céus e anunciando guerra, morte, fome e o evangelho.

Todas as mazelas previstas no Apocalipse são frutos de árvores semeadas desde o início dos tempos, contudo, na nossa era, tais árvores já se encontram maduras, fortes, crescidas e prontas para frutificarem a qualquer minuto.

De modo que as narrativas enigmáticas e assustadoras trazidas por João, não são, nem de longe, eventos isolados, feitos unilateralmente por DEUS, tampouco, resultado de um dia de fúria dos céus.

O Apocalipse se faz no hoje. Se constrói de modo viçoso por meio da degradação ambiental, das conjecturas históricas e sociais envolvendo a igreja, as nações e demais entes sociais responsáveis pelo direcionamento do curso da história.

Um planeta destruído é, sem dúvida alguma, motivo suficiente para fome, guerra, morte..e uma igreja que na era atual cresce à ritmo semelhante ao de um câncer em plena metástase, sugando as pessoas, causando intrigas, perseguindo, agindo de má fé, roubando, enganando e sendo diabo em nome de deus na terra, essa igreja está cavando a própria cova.

Não será do dia para a noite que o mundo decidirá extirpar a Igreja da face da Terra, entretanto, já se percebe uma animosidade incipiente em relação aos cristãos, de certo modo, o mundo vê o cristianismo como um evento só e não separa o joio do trigo; aliás nem poderia, visto que isso é tarefa exclusiva de Cristo, mas, a igreja que de igreja só tem nome, essa será a responsável pelo ódio que será gerado, silenciosa e paulatinamente, contra toda expressão de cristianismo.

Católicos, protestantes, mórmons e qualquer outra linha, que de certo modo se identifique com o ícone de Cristo, serão alvo de perseguição. Serão dias em que será necessário coragem para afirmar publicamente a fé em Cristo.

A sociedade estará ainda mais evoluída: tecnológica e educacionalmente, desse modo, o politicamente correto será um entrave para que qualquer discriminação ou perseguição se instaurem, logo, a perseguição será bem embasada, com apoio de uma tese convincente, profunda, social, racional , com causa e efeito, capaz de dar sentido à barbárie. Assim como foi nos dias da Alemanha de Hitler.

A igreja será um problema social que terá de ser corrigido.

Eu olho para essa maluquice de hoje em dia, digo, a maluquice de pedir dinheiro, fazer fraudes, construir impérios, alienar pessoas, monopolizar os canais de televisão e começo a entender a teses que garantirão dias medievais nos dias vindouros.

Mas a igreja vai acabar ?

Evidente que não, pelo menos a Igreja de Cristo, a verdadeira, que é serena, secreta, silenciosa, feita de bilhões de pessoinhas ao longo de todo o planeta, a igreja que é sal da terra, misturada, convivente, viva, prática...essa igreja sobreviverá.

Os grandes templos serão alvos fáceis, as grandes instituições serão as primeiras a ruírem, milhões de crentes na igreja e descrentes de Jesus ficarão perdidos, trocarão de religião, fugirão, enquanto os filhos de Deus permanecerão, firmes, vitoriosos, salgando o mundo com graça, amor, perdão, misericórdia e , principalmente, sendo testemunhas vivas do evangelho.

Serão dias em que um copo de água se tornará um tesouro deveras valioso, neste mesmo cenário, os cabritos, narrados por Jesus, não dividirão, não visitarão, nem vestirão, muito menos visitarão, dando assim a prova cabal de sua condição diabólica, ( diabo vem de diávolos, causar separação), pois, em lugar de se unirem em amor com os necessitados, erguerão voz triunfalista e egoísticamente seguirão suas vidas, separados, divididos de coração, ao passo que as ovelhas, os benditos do pai, serão achados em sua bondade boba e despretensiosa, ao serem os que visitam, matam a fome e a sede, vestem, visitam medicam curam e cuidam dos necessitados, cumprindo o evangelho, mesmo que dele nunca tenham, formalmente, ouvido.

Isso tudo que eu tentei descrever, deve mexer com agente, balançar nossa alma e nos levar à uma análise fiel e singela acerca de nós mesmo, uma inquirição sobre quem nós somos e como somos. Se somos sal no saleiro e não na terra, ou seja, cristãos institucionais e não vivenciais, muito deve ser mudado, alem de que, se nossa fé ensina o amor ao próximo, como fundamento, e nós repetimos, mas não agimos conforme o amor, então nossa fé é vazia.

Digo isso pela fato de que, geralmente, nos finais de ano, tendemos a olhar de modo mais cuidadoso para as nossas vidas, desse modo, creio que ainda é tempo de cabritos se tornarem ovelhas, ovelhas se aprofundarem em sua "ovelhice" (risos) e o sal saltar do saleiro e se misturar à terra, enquanto o sal já misturado pode aumentar sua salinidade e dar mais sabor ainda ao ambiente em que esteja misturado.

O Apocalipse não é para o amanhã, não é evento vindouro, antes é construção histórica, assim sendo, cabe a nós,hoje, mudar a história de nossas vidas e de outras tantas, por meio de mudança de caminho, aprofundamento da consciência em Cristo,libertação pelo evangelho e por aí vai.

Sendo final de ano, creio se essa uma palavra sobre os últimos dias.

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