quinta-feira, 10 de junho de 2010

UM CONTRATO COM DEUS

 

A ILUSÃO DE QUEM ASSINA CONTRATOS COM DEUS.

Lendo os capítulos 7,8 e 9 do livro de Neemias, o mestre de obras de Deus,  um fato que me saltou aos olhos foi o do contrato solene celebrado entre o povo de Israel e Deus.

Cabe relembrar que Neemias estava quase no fim de completar a obra de restauração da cidade e dos muros de Jerusalém, e que o povo estava passando por um momento muito peculiar de quebrantamento e vontade de mudar de vida.

O livro de Neemias conta que o povo ouviu os seus líderes religiosos lerem a lei de Deus durante 3 horas seguidas, e logo após isso ouviram um pronunciamento que de modo sintético resumia a história de Israel até aquele dado momento, então fizeram confissões e orações de arrependimento por mais 3 horas.

A ladainha era sempre a mesma: Deus abençoava Israel, Israel se esquecia de DEUS e pecava, Israel entrava em período de dificuldade, Israel se arrependia, então DEUS resgatava Israel dos dias de pitanga e o ciclo se reiniciava mais uma vez e mais uma vez e assim por diante.

O interessante é que mesmo após a remissiva histórica narrada ao povo, não houve a manifestação do bom senso, ou seja, eles repetiram o erro de seus antepassados mais uma vez.

Em lugar de reconhecerem que Israel necessitaria constantemente da misericórdia  de DEUS, os israelitas entenderam, que haviam, supostamente, aprendido com o exemplo dos antigos e que doravante não mais cairiam no ciclo vicioso: misericórdia, benção, pecado, arrependimento, misericórdia…

O povo de Israel surge com um novo mecanismo, uma nova estratégia, que na verdade era velha mas que por ser instrumentalizada de maneira nova, acabava dando ao todo roupagens da diferentes, última moda da estação.

Israel decide que não só fariam voto solene verbal, oral, mas que desta vez usariam de um contrato redigido, um meio físico, tangível que selaria de modo concreto um novo e duradouro relacionamento entre Deus e o seu povo.

O povo de Israel creu, piamente, que o erro dos antepassados foi ter usado de meios orais, tradicionais e que de agora em diante, com a coisa toda amarradinha em um contrato escrito, ahh agora sim, eles não pecariam mais, não mais se esqueceriam de DEUS e tudo ia girar numa roda viva de santidade “ad eternum”.

Como muitas vezes, tolamente, eu e você fizemos juramentos solenes aos céus, prometendo nunca mais fazer isso ou aquilo, jurando que nunca mais repetiríamos um certo ato pecaminoso…

Sim, este post vem fazer frente à todos nós que um dia cremos que: se fizéssemos um contrato mais certinho, mais sério e revestido de formas mais duradouras, poderíamos, daquele momento em diante, andar na linha com DEUS.

Ainda bem que veio a cruz, Deus, fez um contrato com Deus.

Sim a cruz de Cristo é um ato violento que rasgou todos nossos contratos de morte, todas nossa promessas falidas, toda nossa moral sem valor, toda nossa santidade forçada e fingida…

A cruz é o contrato de DEUS para com DEUS, em que DEUS morreu por mim para que DEUS me perdoasse eternamente de todos os pecados de minha existência.

Creio que não seja necessário nem mesmo citar que Israel, fez o contrato e logo em seguida caiu, sim caiu, pois a segurança deles estava neles mesmos.

E até hoje, muito comumente, existem os que repetem a tolice dos dias de Neemias, de fazer contratos com DEUS, de elaborar cláusulas entre nós e o altíssimo, e assim por diante.

Ridículo sob qualquer ponto de vista !

Se o contrato é um instrumento que obriga, compele, força, vincula e restringe as partes a fazerem ou deixarem de fazer uma dada coisa ou ato, logo, não posso fazer contratos com Deus, visto que a DEUS ninguém prende, vincula, obriga, dá ordens….

O Deus de quem faz contratinhos com DEUS é deus pequeno, com d e não D…

Deus que se obriga a cumprir exigências, que perde seu poder, autonomia e onipotência quando vê seu nome escrito num pedaço de papel, numa oração, numa promessa, num jejum…

Afinal, Deus estaria preso aos termos do contrato !

Se eu isso Deus aquilo…

Se oro, rezo, medito, qualquer coisa um certo tanto, então DEUS fica obrigado a me dar isso, a me curar daquilo e a me livrar daquilo outro…

Se Deus é Deus ele não deixará que isso me ocorra..

Quem nunca ouviu frases como as de cima ?

Em síntese: não viva a ilusão de uma relação contratual com o eterno, seja no mínimo humilde e aceite o fato de que, nossa natureza por sí só já nos torna incapazes de cumprir contratos, pactos etc., ´celebrados entre nós e o altíssimo.

Viva a verdade que aceita na cruz a remissão e o perdão de toda dívida, toda condenação, toda promessa que falhou, todo erro, toda culpa, toda esperança que morreu, todo choro que passou, ou seja a cruz é tudo em todos.

E nem mesmo pense que após esse texto você é capaz de fazer um contrato com DEUS, prevendo que nunca mais você fará um contrato com DEUS. Risos.

2 comentários:

Elilian Kelly disse...

- É incrivel como por muitas vezes me vejo como um israel com Deus. Sempre a procura da perfeição, sempre em busca de metodos anti-pecados. E vez apos vez, Deus misericordioso me prova que o unico e suficiente metodo anti-erro é Jesus. Pois so atravez dEle que posso me remir dos erros perante Deus. Não que eu venha deixar de errar, pois o que nos precisamos entender é que isso só vai acontecer, somente quando morarmos no céu e deixamos esse corpo terreno pecador. Mas se vivermos hoje como israel viveu um dia, é importante lembrar que por confiarem tanto em si mesmos, no "poder" humano por assim dizer, não reconheceram em Jesus o poder de perdoar, O rejeitaram e ate hoje vivem presos em metodos e ritos.
Muito inspirador seu texto primo, chega me empolguei rsrs
Abção!

LEONARDO BRITO disse...

Graças a Deus pela graça, hauhauhuahauha. Mas é verdade, contratos e meio Kg de merda é a mesma coisa, é pela graça, misericórdia e pelo Seu amor que Ele nos abençoa!! Muito Bom Diegão!! =)