quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FRUTOS

Colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Do mesmo modo, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir maus frutos, nem a árvore má produzir frutos bons. Mateus 7:16-19

A imagem acima mostra frutos bons, e dá até vontade de comer alguns deles, exceto pelo limão.

De fato o fruto quando é bom fala por sí mesmo.

O duro é quando tenta-se tornar bom o fruto ruim.

Oque é bom, é bom e pronto, não é necessário que se advogue o óbvio. Ninguém em sã consciência diz que é a favor do câncer.

Usando de exemplos tão esdrúxulos, como câncer, guerra, fome e outros tantos, fica fácil perceber a verdade: de que o mal é mal, não importando os apelidos que eu dê a ele.

A coisa começa a ficar um pouco mais complicada quando se parte para as subjetividades – quando eu quero que algo seja bom ou ruim, independentemente da verdade- é no exato momento em que meu desejo, minha vontade, meu sonho, meu costume, meu direito, minha cosmovisão, minha qualquer coisa se choca contra a verdade, e não sobrevive à colisão.

Quando chamo minha preguiça de falta de vontade, e meu adultério de escapadinha, ou tanto outros exemplos que eu e você estamos cansados de saber e viver praticando.

O instinto humano por ver seus desejos sendo satisfeitos não conhece limites. Há uma tendência suicida na alma do homem que o leva a fazer as mais absurdas escolhas, mesmo quando delas tinha total noção dos conseqüentes desdobramentos.

Eu sabia que a urtiga não produzia morangos, mesmo assim eu planto, cultivo, rego e como o fruto venenoso, chamando-o, insistentemente, de morango…

Como quem tem alergia a algum alimento e mesmo assim insiste em consumi-lo.

Há muitas coisas nas nossas vidas assim.

Objetos da vida que no enfeiam, entristecem, iludem e  alheiam a tudo quanto nos seja benéfico.

É o relacionamento com uma pessoa que só me faz mal, é a permanência em certas circunstâncias ou ambiências que causam dor, hábitos adquiridos que se demonstram altamente prejudiciais, amizades baseadas em perversidade e interesse…

À semelhança da quantidade de frutos não comestíveis fisicamente, são os frutos não comestíveis no campo psicológico e espiritual.

E quem pode te dizer se algo é ruim ou bom ? E agora quem poderá nos socorrer ?

Nessas horas nem o destemido vermelhinho, o chapolim colorado, pode te ajudar. E a única pessoa que pode te dar o menu da morte é:

- Você mesmo !

Sim, apenas o próprio ser pode discernir oque lhe faz bem ou mal !

Por isso que quem vive de seguir orientações, cartilhas, receitas de bolo e coisas do tipo, feitas por terceiros, está fadado a descobrir que nada substitui os conhecimentos adquiridos pessoalmente sobre o bem e o mal.

Bebida é boa ?

Depende, se estiver gelada ?! (risos)

Bebida nunca foi boa e nem ruim, sempre foi bebida…foi boa para quem a consumiu de modo correto, e foi um grande mal para quem dela fez uso incorreto.

A mesma faca que corta o pão, mata um pai. Simples assim.

Então desista, hoje mesmo, de tentar colher frutos bons de árvores más.

Você sabe muito bem as dietas existenciais que precisa fazer, as substâncias da vida a que é alérgico,  e principalmente, sabe de que árvores elas vieram.

Corte a árvore fora, seja bom pra você mesmo, cuide-se bem.

Melhor é passar fome de veneno do que se banquetear de morte.

Afinal a vida deve ser plena e não pena. ( eu deveria ser rapper, risos)

Alimente-se do que é bom.

Um comentário:

LEONARDO BRITO disse...

Aff, excelente texto, creio que um dos melhores que já li no blog! Realmente, tomar conhecimento dos frutos que nos fazem mal, e ter a coragem de corta-los fora demanda de cada um o conhecimento do "si mesmo", como sócrates dizia : "conhece-te a ti mesmo?". Pergunta imprescindível pra quem busca fazer as escolhas certas!!