terça-feira, 8 de setembro de 2009

CEGUEIRA

A ALMA QUE NÃO CONSEGUE VER.

 

A cegueira é uma doença preocupante, causando grandes dificuldades para a pessoa que convive com este problema. Uma doença que transforma um simples passeio a um shopping e uma ida a um restaurante em uma aventura muito difícil.

O cego não é só o individuo que sofre fisicamente com a cegueira, há uma segunda espécie de cegueira que se desenvolve na alma. Um tipo muito mais pernicioso e disfarçado de cegueira, de um diagnóstico muito complicado e tratamento que pode durar uma vida toda.

Cegueira que em vez de cobrir tudo com o manto negro da escuridão, prefere deixar o paciente ver algumas coisas, enquanto isso, esconde ou dissimula outros objetos. Um cegueira seletiva que determina oque você pode e não poderá visualizar.

Gente que não vê a própria amargura e vive a dizer que é liberto e bom de coração, fazendo de sua própria vida terreno perigoso; conseguem dizer que ama o mundo todo, mas, ao ouvirem um certo nome, especialmente nomes de pessoas que foram muito amadas, todo um processo de dor se desencadeia.

Há também os que estão num estágio mais avançado da doença, como os cegos profissionais, que dizem ver e nada estão vendo; o mais incrível dessa gente é que tem a habilidade de carregar multidões ao delírio, conseguem emular, causar visões fantasiosas em quem os presencie narrar as coisas que viram.

Cegos físicos, cegos do coração , cegos de caráter, cegos de esperança, cegos de si mesmos,……

A bem da verdade todos nós possuímos nossas cegueiras. Fugimos de termos de ver as nossas chagas. Não conseguimos ver nossos maiores defeitos.

À semelhança de Édipos Rex ( édipo rei), quando percebemos nossa cegueira, corremos o risco de o choque e a dor serem tão grandes, que não nos sobre alternativa que não seja a de furar os próprios olhos.

Tragamos tudo à luz, entretanto, com muito cuidado, pois existem luzes que de tão fortes torna-se insuportáveis ao olhos acostumados com a penumbra. Não  nos apressemos pela cura forçosa de nossos olhos da alma.

O perigo não é a cegueira por si mesma.

O perigo é amar a cegueira e não querer dela ser livre. 

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