quinta-feira, 28 de julho de 2011

DEUS-CARTÁVEL

A  DES-GRAÇA EM NOME DE DEUS.

Tenho acompanhado algumas mídias religiosas, principalmente evangélicas, e de modo assustador, tenho verificado que: muito pouco se aproveita de tudo quanto tais veículos produzem. Tentar encontar algo bom é como garimpar preciosidades, encontrando toneladas de terra e cascalho e poucas gramas de verdadeiras gemas de valor.

Tenho visto, ouvido, lido e assistido mais de DEUS fora dos ambientes ditos de DEUS. Tal verificação me causa profunda e irrecuperável tristeza.

E como isso pode estar acontecendo ?

Simples, o povo de DEUS foi doutrinado, treinado, adestrado segundo a escola pavloviana a ignorar os significados, passar desapercebido pelos sentidos e se prender à codigos, jargões, simbolos. Basta citar as palavras certas: Jesus, Deus, aleluia e por aí vai que a mágica funciona.

De fato, hoje em dia é muito mais fácil pregar, cantar, televiosionar; e usar de qualquer outra via de comunicação, do que 20, 30 anos atrás. Primeiro pelo motivo da seriedade, antigamente, quando tudo era singelo e incipiente,  ainda havia  uma preocupação com os conteúdos apresentados em nome de DEUS, diferente do que se vê atualmente; segundo que as mídias eram mais escassas e isso forçava um certo controle de qualidade, não era qualquer um que lograva acesso aos canais de comunicação franqueados, era raro, caro e extremamente resumido.

Eu fico observando essa multidão embasbacada. Um sem número de pessoas achando o máximo que DEUS tenha se tornado pop, e de modo irônico, mas muito triste, me parece que Jesus sobrepujou os Beatles, pelo menos no Brasil. Sim, quam canta, produz, aparece e lança discos de sucesso não são mais os garotos de liverpool, agora é a hora dos singles do galã de Nazaré.

A noção de que o mundo evangélico cresceu e adquiriu certa viabilidade social e política causa um sentimento de grupo, de gueto, de massa que se movimenta proativamente em direção ao poder. Poder pólítico, econômico, interesses diversos dos do  reino dos céus.

A ponto do mundo evangélico atual causar inveja ao mundo. Sim, raros os cantores seculares que ainda conseguem arrebatar quantias  absurdas de fãs, número de shows e de CD´s vendidos tanto quanto os artistas evangélicos. Até a GLOBO, for God sakes, entrou na onda de fazer dinheiro com o mercado gospel.

Um turbilhão de coisas surgiram, uma verdadeira babilônia  em nome de DEUS.

E qual o sentido disso tudo?

Bom, a bússola desse titanic aponta na direção do fim dos tempos, do esfriamento do amor, da era em que as igrejas só recebem de DEUS puxadas de orelha…a esperança é que isso acabe logo, que Jesus repita o episódio do templo… bicho solto, azorrague, mesas voando e tudo mais.

E não vá achando que a doença que acabo de descrever é exclusiva de quem ocupa os palcos e os pulpitos, não , não, fazer de DEUS uma coisa, um material descartável, é vírus que pode consumir qualquer coração, desde os mais altos cargos até os níveis mais elementares da concreção da fé. É perigo que rodeia, circunda, estuda possibilidades e atua nas pequenas brechas. Raposa que devora filhotinhos, ainda no ninho, e que se vislumbra oportunidade mais desafiadora: torna-se em dragão poderoso o bastante para deglutir rebanhos inteiros.

Que o temor volte aos corações, causando extremo zelo em quem prega, canta, profetiza ou de outro modo se reporte em nome de DEUS. Que o culto racional, digno, cauteloso e portanto correto seja restaurado em cada coração; inclusive no meu.

Insuportável é que se dê continuidade ao culto do DEUS-CARTÁVEL.

3 comentários:

Elilian Kelly disse...

Excelente texto primo, não é à toa que um dia Jesus vomitará toda essa baboseira que se pregam em Nome dEle, pois imagino que Ele mesmo já sinta enjôo desde agora, ao olhar esse evangelho barato que estamos vivendo, como disse Leonard Ravenhil: "Se Jesus tivesse pregado a mesma mensagem que os ministros de hoje pregam, Ele nunca teria sido crucificado."
Abç primão!

Anônimo disse...

Bom texto Diego, uma coisa que acho interessante nele é o final, onde vc fala a respeito do temor, zelo e culto racional, onde percebo que cada um que lê vai interpretar o que vc disse a partir de sua própria ótica ou com os modelos pre-concebidos de sua formação religiosa.
Será assim com o conservador, com o liberal, com o moderninho, com o gospel, etc, tantas visões e interpretações quantas forem as formas de se perceber os seus modelos referenciais. Então eu fico aqui pensando qual é o significado dessas palavras para Jesus e como Ele vivenciou essas coisas, pois nEle a palavra ganha vida e significado. Seu texto demonstra como somos parecidos com a Laodiceia de apocalipse, em que pensa-se a respeito de si mesmo aquilo que não condiz com a verdade de Deus a respeito de si mesmo e vemos uma Igreja, "de Jesus", com Ele do lado de fora, batendo a porta para poder entrar.
Triste realidade.

Anônimo disse...

Da uma olhada no canal 51 ou novo tempo. não tem pedinte lá nao,,,pelo menos não nesta quantidade que encontramos nos outros canais.