quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

IRREVERSÍVEL

A CONSCIÊNCIA DE QUE TUDO ESTÁ CONSUMADO.

Um dos temas mais recorrentes no evangelho é o do caráter final, consumativo, terminativo, peremptório do sacrifício de Cristo na cruz, contudo, a despeito do quanto seja repetido de modo abundante, há clara deficiência no que diz respeito à certeza de tal verdade estar plenamente gravada nos corações.

Isso implica em um massa de pessoas que repetem, da boca para fora, o episódio da cruz, como quem narra um filme ou coisa do tipo, no entanto, não vivem em conformidade com o que professam e muito menos carregam no peito tal fato de modo indelével.

Sou um idoso de quase 27 anos ( risos) e ao longo da minha curta jornada de vida, algo que noto repetidamente é o fator da incongruência entre a fé dita e a fé viva no coração. Principalmente quando o assunto é perdão, cruz, sangue derramado…

De modo que cada vez mais eu encontro seres que da parte de DEUS foram totalmente, perpetuamente e infinitamente perdoados, mas que não aceitaram o perdão, não se perdoaram e não têm a habilidade de perdoar a outros.

Aceitam a cruz de Jesus como evento histórico, distante, frio… como quem vê um quadro antigo ou uma pintura neolítica; tudo muito legal, interessante, cheio de implicações e desdobramentos, entretanto, nada tem haver comigo ou com aquilo que chamo de vida.

Jesus virou um ícone, uma figura, um pop star, divide espaço na mente das pessoas mas não mais ocupa corações, tem de competir com artistas, modas, atletas e caprichos. Virou um Jesus BBB.

Cadê aquele Cristo presente, cheio de graça, atuante e vivo ?!

Digo isso pelo fato de que se alguém diz conhecer a Jesus, diz crer nele e não aceita ou não vive de acordo com o perdão da cruz, esse alguém transformou Jesus em coisa, personagem, lenda mito mas nunca em quem ele realmente é: o reconciliador da humanidade.

O perdão de Cristo é o caminho a ser percorrido por quem diz amar Cristo, pois, se considero como verdade que fui perdoado daquilo que era imperdoável, logo, minha reação é amar quem me perdoou, pacificar minha alma, sentir me aceito, completo, concreto, cheio e sem barganhas a fazer com meu perdoador, visto que meu maior e único problema foi resolvido sem eu ter movido uma palha para isso.

Se vivemos a via do perdão, torna-se natural o ato de perdoar, tendo em vista que somos filhos, fruto, cria e brotos paridos em perdão, para o perdão e pelo perdão.

Não há sentido no medo, seja ele qual for, uma vez que a minha pior inimiga, a morte, foi derrotada, sepultada, detonada e virou radiação quando o sangue de Jesus sobre ela prevaleceu.

Não há sentido em se sentir culpa já que quem poderia me culpar, me acusar, me cobrar, quem detinha os títulos de minha dívida resolveu rasgá-los, sendo assim, qualquer outro ser, coisa, fato ou mesmo pensamento que me acuse de algo é, no mínimo, tolo e metido a besta, pois se assemelha à quem cobra dívida que não é sua. Imagine só um desconhecido, a quem você não deve nada, vir te cobrar de algo; assim é a culpa pelo pecado.

Não há mais motivo para que eu sinta temor da morte, visto que a morte agora pra mim é mero piscar de olhos, na verdade, quem vive a esperança da vida eterna não divisa a vida de hoje com a vida eterna, até pelo fato de que se a vida tem pausas, pulos, recreios ou interrupções já não é eterna, logo , a vida se torna cheia de certezas e tranquilamente liberta do medo de morrer.

Aos que colocaram medidores, cotas ou quaisquer outros tipos de quantificadores/ limitadores no perdão, ou seja, aos que pregam uma cruz parcial, incompleta e não plena, o que lhes resta é uma paz parcial,  incompleta e não plena.

A cruz precisa ser verdade marcada à ferro e fogo no meu coração, ou melhor, verdade marcada à pregos e tocos. Precisa ser capaz de me perdoar de tudo quanto fiz, faço ou vier a fazer um dia; se assim não for de que adianta ?

Pra que Cristo morreria se o resultado final fosse um perdão condicionado, limitado e por cotas?

Há como o sangue dele correr de volta para suas veias rasgadas ?

Há como os furos nas mãos dele se fecharem perfeitamente ?

Há como a dor, sofrimento, solidão e angústias indizíveis se apagarem e evaporarem com fumaça ?

Oras, então se o sacrifício de Jesus é irreversível, então, por que raios os frutos de tal sacrifício haveriam de ser ?

Como haveria de ser uma salvação reversível ?

A cruz veio para marcar um X na questão do pecado, porém, há quem ainda duvide disso.

Creia que no perdão de Deus, até porque, o amor de Deus por você é IRREVERSÍVEL.

2 comentários:

Elilian Kelly disse...

É como falo: se a salvação em Cristo dependesse de nós e nossas ações, Ele não precisaria ter vindo, mto menos morrido.
Essa é a única verdade que deveria ser dita e repetida todos os dias. Pois é mais dificil aceitar um amor tão pleno, do que aceitar "sentenças".
Oh coração do homem, que tão se acostumou a pagar para obter, que qndo recebe algo bom inteiramente de graça, teme em ser alguma "cilada".

Não poderia ter vindo em hora melhor.
Abç primo.

Jacqueline Emerich disse...

Oi Diego! Muito bom o texto! Nos faz repensar as cargas que ainda carregamos, qdo na verdade Cristo já as tirou de nossos ombros.

Coisa complexa é vivenciar a plenitude do perdão e do amor de Deus!!

Abração!!